Mons. José Ferreira Antero, fundador do Gymnasio de Garanhuns, juntamente com o Cônego Benigno Lira, dirigiu-o sozinho, de março de 1915 a dezembro de 1926. Chega em março de 1912, para ser capelão do Santa Sofia e coadjutor do seu primo, Mons. Afonso Pequeno. Diretor, disciplinador, professor, secretário, tesoureiro, mordomo, enfermeiro, era tudo. E, com perfeição, dava conta de tudo. Exímio professor, eram admiráveis e altamente proveitosos suas aulas de Português, Francês, Matemática, Geografia, Corografia, Cosmografia, Religião. E de tal modo preparava seus alunos, que eles podiam ir, no fim do ano, ser submetidos a exames rigorosos no Recife e voltavam aprovados.
Educador nato, nas aulas ou fora delas, ensinava sempre. Aquelas festas de fim de ano, festas que atraíam o que Garanhuns tinha de melhor, eram por ele preparadas: dramas, comédias, cançonetas, monólogos, poesias, tudo ele ensaiava. Sabia estimular e aproveitar valores. Homem sem deslizes, de olhar penetrante, tinha autoridade para exigir dos seus felizes alunos o cumprimento integral dos deveres. sabia aliar, misteriosamente, a sua energia com uma doçura a mais encantadora. De família sacerdotal (há mais de trinta padres na família), sabia despertar, em todos, o amor pelo Sacerdócio. Seus passeios, todas as tardes, pela linha de ferro, eram como uma pregação viva do Evangelho. Sua foto está no Salão Nobre; mas está, também no coração de todos nós. A ele se pode aplicar aquela frase que está no monumento de Lincoln: "In this temple and in the of the people". Ele costumava coroar de louros, no fim de cada ano letivo, os melhores alunos; desejaríamos, agora, juntá-los todos e colocá-los sobre sua cabeça venerada! Dos Luzíadas, que ele nos ensinou a compreender e amar, tiramos estes dois versos que a ele se aplicam: "mais razão há que tenha eterna glória, quem fez obras tão dignas de memória!" A semente que ele plantou, regou, fez crescer e produzir frutos, aí está, como árvore frondosa que pôde suportar tempestades as mais violentas, sem abalar suas raízes, por que são raízes que beberam a seiva pura e vigorosa do grande e inesquecível Mons. José Ferreira Antero.
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