Friday, March 30, 2012

Viagem fotográfica ao passado de Garanhuns; conservando a memória de nossa cidade


Primeira Miss Garanhuns, Maria Teresa Valença ano de 1938.

Onde o Nordeste Garoa

Morre no Recife, aos 87 anos, o fotógrafo Edmond Dansot


O fotógrafo francês Edmond Jacques Pierre Dansot, desde os anos 1960 no Recife, sempre falou de sua paixão em ser fotógrafo acima de tudo.
Ainda jovem sem poder adquirir uma câmera teve bastante tempo em não fotografar. Esse mesmo tempo lhe deu "sensibilidade e observação".
Seu acervo contabilizava 150 mil documentos classificados.
O francês, que veio para o Brasil com 13 anos de idade, junto com um grupo de religiosos maristas, com o objetivo de tornar-se um missionário, tinha o coração dividido entre os dois países.
"Todas as pessoas têm duas pátrias: uma é o seu país natal e a outra é a França. Comigo, não poderia ser diferente", afirmava.
A relação de Edmond Dansot com o futebol aconteceu por acaso. Os missionários maristas trabalhavam no ramo da educação. Dansot ensinava matemática, física, francês e desenho nos colégios maristas de Belém do Pará e do Recife.
Como complemento dessas matérias, resolveu aprender a arte da fotografia. Quando, após 20 anos trabalhando com os maristas, Dansot resolveu sair da congregação, foi trabalhar como fotógrafo.
Ele começou a nova carreira colaborando com o maior jornal esportivo francês, o L"Equipe.
"Naquela época, no Recife, o que existia em matéria de fotografia eram os lambe-lambes do Mercado de São José e os postais da Rua Nova", lembra. Edmond Dansot resolveu então trazer para a capital pernambucana um padrão de fotografia mais artística e firmou seu nome no mercado até hoje.
Na Copa de 1986, realizada no México, quando o Brasil jogou contra a França nas quartas-de-final, Dansot assistiu à partida junto com os amigos brasileiros. "Eu nem ia ver, mas uma afilhada minha me arrastou e disse que, já que eu era francês, mesmo estando naturalizado brasileiro, tinha que torcer pela Seleção Francesa", conta ele. No final do jogo, quando o Brasil foi desclassificado pela França, na cobrança de pênaltis, a única reação de Dansot foi se encolher e ficar calado, no fundo da sala.
Apaixonado pelo Brasil, Edmond Dansot diz dever tudo que tem ao País. "Adoro essa nação. Vibro e sofro com ela. Sou grato por tudo que ela me deu. Torço pelo Brasil não somente nos jogos da Seleção, mas para que ele continue crescendo e sendo admirado por todos", afirmava, com um amor que poucos brasileiros têm pela sua terra natal.
Mas amor, quando é dos bons, costuma ter lugar e data. O de Dansot nasceu por volta de 1944, em Belém do Pará, a partir de lições aprendidas com o mestre Fritz Liebmann. Francês de nascimento, o fotógrafo deixou de lado diplomas e cursos no Exterior para se dedicar ao ofício no Brasil, decisão que lhe rendeu grandes e bons frutos. Ao desembarcar, trazia todos os equipamentos necessários para a realização de um projeto: documentar a rotina dos nordestinos na região que despertava sob os auspícios da Sudene. Mas, Dansot, que tinha todos os conhecimentos técnicos, precisava da vivência com profissionais da área para atingir a meta desejada. Foi nessas circunstâncias que se juntou aos grandes do ofício, no Diario de Pernambuco, passando a testemunhar momentos importantes da História do Estado. Suas lentes estavamsempre prontas para serem apontadas para qualquer direção, fosse documentando situações de conflito, clicando colunáveis ou eternizando momentos do automobilismo regional. Visitando lugares como Caruaru, Campina Grande e Maceió ia descobrindo o Nordeste que imaginava antes de ter a competência atestada no dia-a-dia do jornalismo. Hoje, sua obra se espalha por diversas instituições do Estado, a exemplo da Fundaj, e ganha dimensões expressivas, de valor histórico e artístico.(Portal O nordeste)

HINO DE PERNAMBUCO

Letra: Oscar Brandão da Rocha
Música: Nicolino Milano



Coração do Brasil! em teu seio
Corre sangue de heróis - rubro veio
Que há de sempre o valor traduzir
És a fonte da vida e da história
Desse povo coberto de glória,
O primeiro, talvez, no porvir.

REFRÃO
"Salve! Ó terra dos altos coqueiros!
De belezas soberbo estendal!
Nova Roma de bravos guerreiros
Pernambuco, imortal! Imortal!"

Esses montes e vales e rios,
Proclamando o valor de teus brios,
Reproduzem batalhas cruéis.
No presente és a guarda avançada,
Sentinela indormida e sagrada
Que defende da Pátria os lauréis.

REFRÃO

Do futuro és a crença, a esperança,
Desse povo que altivo descansa
Como o atleta depois de lutar...
No passado o teu nome era um mito,
Era o sol a brilhar no infinito
Era a glória na terra a brilhar!

REFRÃO

A República é filha de Olinda,
Alva estrela que fulge e não finda
De esplender com seus raios de luz.
Liberdade! Um teu filho proclama!
Dos escravos o peito se inflama
Ante o Sol dessa terra da Cruz!"

O Padre Adelmar da Mota Valença



A ninguém importava a ordem hierárquica religiosa. Fosse ele um cardeal e mesmo assim seria o Padre. Era um ícone. Um símbolo na vida de Garanhuns.
Foi embora na madrugada do dia 8 de agosto de 2002. Tinha 94 anos e os que o reverenciavam não viam nele velhice, muito menos mortalidade. Razões irracionais que estão e serão comprovadas. O padre não era um velho nem morreu. Sua juventude eterna está na visão de mundo que instalou nos espíritos de muitas gerações. Que se multiplicam, que se multiplicam, e carregam padrões éticos fora de moda. Até quando ele entrava imponente na Capela do Colégio Diocesano de Garanhuns para enfrentar as feras, o fazia com um discurso que a muitos parecia fora de moda. Ele dizia quais as melhores regras de bom viver. Trabalhava as mentes dos jovens com idéias dadas hoje como caretas e que, no entanto, são ontológicas, estão na raiz da natureza humana. Que pode ser boa ou má em sua origem, mas sempre precisará de gente como o Padre para fazê-la melhor. Ele pode ter ido embora desencantado, vendo o mundo bem diferente do que tentava recriar a cada nova aula de moral que levava a seus alunos inquietos, quase sempre despreparados. Mas seguramente ficou muito do que ele semeou e muito germinará. Até porque outras luzes, algumas até de grande distinção internacional, preconizam o significado ético como fundamental para o novo milênio. E outra não foi a lição permanente do Padre: a ética. No trato entre pessoas da mesma família e entre estranhos, com o mesmo apuro. Por isso ele não se foi muito velho, como pode dar a entender a idade cronológica de 94 anos. Também não morreu, porque uma legenda. Uma legenda não morre. Ela será reproduzida enquanto for necessária para dar sentido à vida. As lições do Padre serão sempre necessárias. Não importa que hoje o Colégio Diocesano já não pareça o mesmo. Pode até nem ter a disciplina pedagógica do passado, que fazia parte do projeto de vida integrada, da educação na escola levada para casa, e da educação de casa levada para a escola. Não importa se houver afrouxamento de caráter, expressão que ele repetia com tanto asco, nada disso será mais forte que o exemplo dele. Que será remarcado, relembrado, retomado, sempre que estivermos diante de um gesto de frouxidão de caráter. Isso é o que faz a legenda. Perene, muito além do fortuito.
O Padre se foi, mas o casarão do velho Colégio Diocesano de Garanhuns permanecerá como um tributo à sua memória.
Como é sempre memorável a catedral onde se encontravam os estudantes para cantar salmos em uma entonação grave que ressoa na memória até dos descrentes. O Padre se foi e tudo continuará como sempre.
Garanhuns nunca poderá ser enaltecida sem o seu Colégio Diocesano, que é a materialização de um homem magnífico, inesquecível enquanto existirem, em nosso idioma. termos como decência, retidão, ética, doação, amor.(Editorial do Jornal "A Gazeta" de Bom Conselho em agosto de 2002).

A Bandeira de Garanhuns


Os três pássaros pretos representam os anuns;
Os três círculos brancos com ondulações azuis no seu interior representando as águas;
A parte branca onde estão os pássaros, significa a paz;
A parte onde estão os círculos é vermelha e significa a força e trabalho.

Viagem fotográfica ao passado de Garanhuns; conservando a memória de nossa cidade


Da esquerda para a direita: Vereadores(1951-1955), Fausto Souto Maior, Murilo Marques de Amorim, Amílcar da Mota Valença, Antonio de Andrade Melo, Uzzae Canuto, João de Assis Moreno e João Bezerra Sobrinho.
No segundo plano: Pedro de Souza Lima, Francisco Epaminondas de Barros, Luiz Pereira Júnior, Aloísio Souto Pinto e Raimundo Atanazio de Moraes

Wednesday, March 28, 2012

Hino do Colégio Monsenhor Adelmar da Mota Valença

Letra e Música: Maurilo Campos Matos

Em unidade cristão invencível
Fruto de heróico e constante labor,
Qual sacro luzeiro
Resplendes paz e amor
Em Garanhuns onde a seiva sagrada
Da Instrução fulgurante transluz,
És meu Ginásio do Arraial
Um coração de luz

Oh! Juventude em flor
Teu canto sem igual,
Do teu ginásio o ardor
Reflete o ideal.
Em busca do saber,
Confirmam teu valor
Teu nobre proceder
E teu fervor.

Canta feliz juventude imortal
Canta vibrante, radiosa a sorrir,
Vencer a batalha não e o ideal
Prefere na luta com amor prosseguir,

Berço de glórias - que Amor e Virtude
São louros d'alma, conquistas da Fé
Encerra a força
Que nos mantém de pé
Fiéis seguimos teus ensinamentos
Que nos inspiram o pátrio dever
Nuncias de altivos ideais
De ti queremos ser.

Quando o amanhã surgir
Em mil recordações,
Feliz hás de ouvir
Que nossos corações
Cantando a te exaltar
O amor, em oração,
Te põe sobre o altar
Da gratidão.

A arte a serviço da fé: Jesus Alegria dos Homens

Soneto ao Diocesano

Carlos Janduy

Grande és tu em toda tua história
Impulso que abre caminhos para a vida
Para quem te conhece, não há despedida
Pois teu leito acolhedor transborda de glória.

Por tuas portas se conhece a vitória,
Em ti a verdade está sempre erguida,
Tua marcha incessante é bem definida,
Por seres tão seguro em tua trajetória.

A qualquer momento estás sempre de pé
Expondo firmeza em todos os sentidos,
Realizando com clareza a tua missão.

Para ti não há horizontes perdidos,
Para ti a vida há sempre razão;
Realmente és o "Lar da Ciência e da Fé".

Tuesday, March 27, 2012

Meditação



Madre Tereza de Calcutá

O dia mais belo? Hoje
A coisa mais fácil? Equivocar-se
A pior das qualidades? A pressa
O obstáculo maior? O medo
O erro maior? Abandonar-se
A raiz de todos os males? O egoísmo
A distração mais bela? O trabalho
A pior derrota? O desalento
Os melhores professores? As crianças
A primeira necessidade? Comunicar-se
O que mais faz feliz? Ser útil aos demais
O mistério maior? A morte
O pior defeito? O mau humor
A coisa mais perigosa? A mentira
O sentimento pior? O rancor
O presente mais belo? O perdão
O mais imprescindível O lar
A estrada mais rápida? O caminho certo
A sensação mais grata? A paz interior
O resguardo mais eficaz? O sorriso
O melhor remédio? O otimismo
A maior satisfação? O dever cumprido
A força mais potente do Mundo? A fé
As pessoas mais necessárias? Os pais
A coisa mais bela de todas? O amor
A maior demonstração de Amor? JESUS CRISTO!

Divulgada data da realização do Festival de Inverno 2012


O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) irá acontecer de 12 a 21 de julho. A Secretaria de Cultura do Estado contratou equipe especial para coordenar o evento. O coordenador geral, o produtor André Frank, antecipa algumas novidades do FIG. Entre elas, a separação dos palcos Pop e Forró, devido ao expressivo aumento de plateia que frequenta os dois espaços, constatado nos últimos anos.
A capacidade de público dos espetáculos de circo, um dos mais concorridos pelas famílias inteiras que prestigiam o festival, também vai aumentar. A convocatória artística para recebimento de propostas para o FIG acontecerá no começo de abril. A Secretaria de Cultura, Fundarpe e a Prefeitura de Garanhuns discutem desde setembro do ano passado a edição do FIG 2012.(Fonte: Blog Censura Livre).


Viagem fotográfica ao passado de Garanhuns; conservando a memória de nossa cidade


Avenida Santo Antônio década de 40, época que o Prefeito de Garanhuns era o Dr. Celso Galvão.

Ruber Van der Linden


Nasceu em 28 de junho de 1896, filho de Joaquim Van der Linden, o mais antigo guarda-livros da Cidade Serrana, também teatrólogo, nos fins do século XIX, escreveu peças dramáticas que foram levadas à cena por associações teatrais, tendo participado em 1895, do primeiro Congresso Literário, com Belarmino Costa Dourado e outros amantes das Belas Letras.
Ruber Van der Linden era engenheiro-elericista, porém, múltiplas as suas atividades, excursionando no "mundo das letras", poeta e jornalista, penetrando na ilustração, a caricatura, além de atuação na arquitetura, desenho e construção, engenheiro mecânico e no Colégio 15, professor de física, química, botânica e línguas, além de administrador de larga visão, são os títulos que lhe pertencem por ações diretas, pois em todos os citados setores atuou com proficiência, o que causa orgulho aos garanhuenses, manifestando amor ao que realizava e sempre procurando enaltecer a terra natal.
Em 1917, entrando na seara do jornalismo, Ruber com Amadeu de Aguiar fundaram o "Lúmen", continuando em outros periódicos a trajetória de escrever crônicas, poemas, artigos científicos, humorismo, etc. Colaborou no "Garanhuns"(1922), "Ábum de Garanhuns"(1923), "Revista de Garanhuns"(1930), "Diário de Garanhuns", "Garanhuns Diário", "O Bibliófilo", "Almanaque de Garanhuns" e em inúmeras outras publicações da imprensa matuta. Em 1925 organizou a Rádio Sociedade.
Na Cooperativa dos Cafeicultores prestou valiosa colaboração.
No Rotary Clube na qualidade de sócio efetivo.
Durante vários anos no cargo de Gerente da Empresa de Água e Luz do Município. Com recursos próprios da mencionada Empresa, idealizou e implantou o "Pau Pombo", que hoje tem o seu nome "Parque Ruber Van der Linden", considerando-o uma pequena reserva florestal, significando, sobretudo, um alerta para a defesa dos mananciais e a formação de uma área ecológica para o "ócio" dos homens após a estafante semana de trabalho e recreio destinado a gurizada. Faleceu em 1949.

Onde o Nordeste Garoa

Luiz Gonzaga


Conheço uma cidade bem pernambucana
Que todo mundo chama de Suíça brasileira
Água pura, clima frio na realidade
Garanhuns é uma cidade linda e tão brejeira

Garanhuns, cidade serrana
Garanhuns, cidade jardim
Garanhuns, cidade das flores de amores sem fim
Garanhuns, terra de Simôa
Garanhuns, que terrinha boa
Garanhuns, onde o Nordeste garoa

GARANHUNS-PE - Ano de 1968.

As Sete Colinas de Garanhuns


Colina Antas - Bairro Aloísio Pinto
Colina Columinho - Bairro de Heliópolis
Colina Ipiranga - Bairro da Boa Vista
Colina Magano - Bairro do Magano
Colina Monte Sinai - Bairro de Heliópolis
Colina do Quilombo - Bairro de São José
Colina Triunfo - Bairro de Heliópolis

Celso Galvão



O Dr. Celso Galvão, natural de Garanhuns, assumiu o cargo de Prefeito de Garanhuns em 20 de dezembro de 1937 e o exerceu até 31 de março de 1945, com uma grande administração para o nosso município, muito em especial para zona urbana da cidade.
Não obstante as arrecadações das rendas municipais para 538.000 cruzeiros, em 1937 quando assumiu o governo municipal, encontrou o Município com um débito de 163.000 cruzeiros.
Iniciou a administração com a construção de um edifício para um grupo escolar a fim de ser permutado com o Estado, pelo que para este fim servia, demolindo-o no local construindo a atual Prefeitura Municipal, provendo-o de todo o mobiliário necessário e de um monumental relógio.
Prosseguiu o calçamento iniciado na administração do Capitão Tomás Maia, na avenida Santo Antônio, deixando-o inteiramente concluído, inclusive a travessa da Intendência e os passeios em volta dos canteiros, passeios esses que foram providos de grande quantidade de bancos de cimento. Desapropriou e demoliu vários prédios que obstruíam a entrada da Rua Dom José, substituindo o antigo calçamento de pedras irregulares por outro de paralelepípedos, e prosseguindo calçou e ajardinou a Praça D. Pedro II deixando os passeios em volta dos canteiros, providos de bancos de cimento.
Construiu e calçou a Praça da Bandeira, como também construiu a parte central da Praça Dom Moura. Completou o calçamento da Rua Dr. José Mariano, antiga rua do Recife e prosseguindo construiu o calçamento da parte sul da avenida Rui Barbosa, até o edifício da radio Difusora de Garanhuns(Rádio Jornal).
Quando passou o cargo de Prefeito ao Dr. José Henrique Vanderlei ficou um saldo disponível de 347.500 cruzeiros, depositados no Banco.
Pelo que realizou mereceu os elogios até mesmo de adversários políticos como no caso do Dr. João Domingos da Fonseca.(Fonte da Pesquisa:Livro "História de Garanhuns" de Alfredo Leite Cavalcante).

Viagem fotográfica ao passado de Garanhuns; conservando a memória de nossa cidade


Antigo Grupo Escolar Nilo Peçanha - Hoje no local o Prédio da Prefeitura Municipal de Garanhuns.

Pedro de Lara


"Na vida tem que ter estilo. Quem não tem, não é isso nem aquilo". Essa é uma das preciosidades do pensamento de Pedro Ferreira dos Santos, ou simplesmente Pedro de Lara, que nasceu em Bom Conselho-PE em 25 de fevereiro de 1925. De origem humilde, Pedro de Lara se fez no Rio de Janeiro a partir dos anos 70, ora como jurado da Buzina do Chacrinha ora na Rádio Tupi, interpretando sonhos. Trabalhou, também, como jurado do Show de Calouros, no Programa Sílvio Santos, popularizando a imagem de um tipo sempre zangado e com idéias malucas, que deixou gravadas em um Livro da Sabedoria.
Homem de muitos contrastes, escreveu, produziu e estrelou o filme infantil "Padre Pedro e a revolta das crianças".
Morreu em 13 de setembro de 2007.

Hino do Colégio Presbiteriano "15 de Novembro" - Garanhuns-PE


W. Swetnan

Quinze de Novembro,
De ti sempre me relembro.
Dias de alegria,
Camaradas leais canta!
És amigo bem, leal.
Instruindo com amor real
Cada aluno siga o alto ideal
Ao QUINZE SAUDAI!

Vencendo a batalha
De saber pela constância,
E com esperança
A vitória tu sempre vês,
Da Pátria és um defensor,
Um celeiro de sincero amor.
Construindo pela fé e com valor
Ao QUINZE SAUDAI!

Monday, March 26, 2012

Frei Damião de Bozzano




Entrevista concedida por Frei Damião ao repórter Apolinário Pimental do Jornal Gazeta do Sertão em junho de 1988.

GAZETA DO SERTÃO - Como o Sr. ver a religiosidade hoje em dia? O povo está mais afastado de Deus?
FREI DAMIÃO - Em parte. O povo do interior do sertão, é mais religioso e gosta muito de ouvir a Palavra de Deus.
GAZETA DO SERTÃO - E o povo da cidade?
FREI DAMIÃO - Há um certo afastamento, mas no geral, principalmente no interior, são todos iguais.
GAZETA DO SERTÃO - O que o Sr. Acha da juventude de hoje?
FREI DAMIÃO - Eu prefiro não falar neste assunto.
GAZETA DO SERTÃO - O Sr. Peregrina somente pelo Brasil ou em outros países também?
FREI DAMIÃO - Não. Só pelo Brasil.
GAZETA DO SERTÃO - O Sr. se acha um santo?
FREI DAMIÃO - Quem vive da graça de Deus pode ser chamado de santo. São Paulo era santo. São Pedro era santo. Eu não. Apenas sigo o que determina a Leia Sagrada. Não sou santo.
GAZETA DO SERTÃO - Mas o povo lhe chama de santo. O que o Sr. acha disso?
FREI DAMIÃO - É bondade do povo... é bondade do povo.
GAZETA DO SERTÃO - O diabo existe Frei Damião? E, se existe, como combatê-lo?
FREI DAMIÃO - Sim, o diabo existe. Para combatê-lo é preciso muita oração.
GAZETA DO SERTÃO - O Sr. já pensou na morte? O que o Sr. pensa da morte?
FREI DAMIÃO - Eu penso muito na morte... Eu sempre penso. A morte é o fim da vida presente e o começo de outra existência.
GAZETA DO SERTÃO - O que o Sr. pensa da política?
FREI DAMIÃO - Disso eu não entendo nada...
GAZETA DO SERTÃO - Todo mundo fala que a igreja tem muita terra e que por isso, poderia dar início a reforma agrária, dividindo o que tem com os pobres. O que o Sr. diz a respeito?
FREI DAMIÃO - Eu não sei. Não entendo dessas coisas. Não sei se a igreja tem terra ou não. Nada sei sobre isso...
GAZETA DO SERTÃO - Como foi que o Sr. ingressou na vida religiosa?
FREI DAMIÃO - Fui para o Seminário Mariano aos 15 anos, na Itália, e daí pra frente nunca mais me afastei de Deus.
GAZETA DO SERTÃO - Dizem que o Sr. é um fugitivo de guerra. Isso é verdade?
FREI DAMIÃO - É... eu era muito jovem e naquele tempo os religiosos também estavam sendo convocados para a guerra na Áustria, ao lado dos aliados... por isso eu fugi...
GAZETA DO SERTÃO - O mundo vai acabar um dia?
FREI DAMIÃO - O mundo não acaba. Acaba sim, a ordem natural das coisas, segundo consta nas Escrituras.
GAZETA DO SERTÃO - Então a salvação para tudo e todos é a oração?
FREI DAMIÃO - Sim. Somente ela nada mais. O homem procura sempre a sua ruína. Ele não se contenta com o que tem e sempre quer mais... Devemos sempre dar a mão a uma criança, do mesmo modo que damos ao chefe de uma nação.
GAZETA DO SERTÃO - O que acha do abuso sexual de hoje em dia?
FREI DAMIÃO - Nosso Senhor criou diferentes sexos para que houvesse a reprodução da humanidade. Mas esta tarefa é reservada ao matrimônio...
GAZETA DO SERTÃO - Então usar o sexo antes do casamento é pecado?
FREI DAMIÃO - Se o homem desejar juntar-se com todas as mulheres que encontrar pelo caminho, assim como os cachorros, passar uma temporada com uma e outra temporada com outra. Este homem é um imbecil. Esta tarefa é reservada somente ao matrimônio. Fugir desta realidade é um pecado mortal.
GAZETA DO SERTÃO - Hoje, o Brasil sofre com seca em alguns lugares e enchentes em outros. Isso pode ser castigo divino pelo comportamento atual do homem fugindo sempre de Deus?
FREI DAMIÃO - Nosso Senhor pode mandar castigo para a humanidade... Estão se esquecendo de Deus, só pensam nas coisas deste mundo...
Segundo a Bíblia, o dia do Senhor era o sábado, mas o povo mudou para o domingo, provocando assim uma mudança religiosa. A Sagrada Escritura diz a respeito do dia do Senhor, o seguinte: "Se guardares o sábado, eu vos enviarei a chuva a seu tempo, a terra produzirá frutos abundantes e eu os darei a vós e a vossos filhos.
Mas se profanares este dia, eu lhes enviarei a miséria e a fome. Semeareis e nada colhereis. A terra nada produzirá. A seca atingirá vossos campos. A doença, a peste e a fome cairão sobre os seus rebanhos. O fogo destruirá vossas casas e tudo que nelas houver...".
Isso é o que diz a Sagrada Escritura, mas o povo não está cumprindo tal determinação divina...
GAZETA DO SERTÃO - E o domingo?
FREI DAMIÃO - O domingo tornou-se o dia do Satanás. É neste dia que mais se peca...
GAZETA DO SERTÃO - Por isso o homem de hoje merece ser castigado?
FREI DAMIÃO - Deus castiga também neste mundo... Mas ninguém está livre do castigo divino no outro mundo. Devemos procurar seguir as Escrituras, pois quando tudo vai bem, Deus fica satisfeito.

Euclides da Costa Dourado


Euclides Dourado inicia suas atividades como Coletor Estadual, nomeado pelo Governador Dantas Barreto, em 1912. Ocupa o cargo de Sub-Prefeito em 1922 e, em 1924, assume a Prefeitura Municipal em virtude do falecimento do titular, professor Luís Correia Brasil.
Dizia "O Imparcial", em suas colunas (24.11.23): "Euclides Dourado, cidadão dos mais respeitáveis no meio social de sua terra, é um garanhuense que honra o berço do seu nascimento, onde se impõe pela grandeza do seu trato, pelo grande coração.
Em 1925 é eleito Prefeito em cuja função permanece por todo o período executivo. Em 1929 vamos encontrá-lo no Conselho Municipal, no cargo de Presidente. Neste mesmo ano, por desistência do Prefeito eleito Antônio Souto Filho e o Vice Francisco dos Santos Figueira, na qualidade de Presidente do Conselho, volta a exercer a direção do Executivo da Cidade Serrana, até a sua destituição, resultante da República Velha, em outubro de 1930. Na sua atividade particular negociava com estivas em grosso e a varejo, "Empório Comercial", além de uma Fábrica de Beneficiar Algodão e um depósito na rua Dantas Barreto. No mundo social mantém uma intensa atividade.
Euclides foi um administrador probo, procurando realizar o que o orçamento municipal, sem auxílio federal, podia concretizar em termos de melhoramentos em uma cidade em permanente crescimento. Publicado no livro de "Alfredo Vieira, Garanhuns do meu tempo", a prestação de contas que ele fizera ao interventor C. L. Cavalcante, por intermédio de Dorval Santos e constante de um simples telegrama, relatava todos os seus atos administrativos. Na expressão corriqueira: "Não tinha rabo de palha". Ele, lembrando-se da juventude, doou-lhe um parque destinado a recreio, recanto também para encontro de namorados, refúgio do "bulício" da cidade e, de tempos, servindo para as tradicionais "retretas" da Banda Municipal, sendo que, no mês de setembro, de cada ano, usualmente, engalanada para as "Festas da Primavera". Ali foram instalados bancos rústicos de madeira debaixo de eucalíptus, espécie dominante, e alguns abrigos cobertos de palha, além de pistas de patinação, quadra de tênis, campos de voleibol e futebol, este em outubro de 1927 serviu para aterrissagem do "O Garoto", o primeiro avião que tocou em solo da Cidade Serrana. O campo foi todo cercado e a entrada paga.
Euclides era casado com Alice Emília de Moura Souto, ele filho de Belarmino da Costa Dourado, o poeta, e de Ana Alexandrina Correia Dourado.
Faleceu em 9 de maio de 1943.(Foto:Euclides Dourado).

Lampião fez passeio turístico em Recife


Foi o coronel-deputado José Abílio que levou Lampião a Recife para fazer um tratamento oftalmológico com o Dr. Isaque Salazar. Lampião foi disfarçado de vaqueiro do coronel, barbas crescidas, óculos escuros, chapéu e terno elegante.
Lampião ficou impecável, irreconhecível. Segundo o coronel-deputado, José Abílio de Albuquerque Ávila, o roteiro de Lampião em Recife e Olinda foi:
- As saídas eram, habitualmente, à tarde, rápidas, sempre em companhia do coronel.
- Algumas vezes jantou no restaurante do hotel Leão, na rua do Rangel, sempre disfarçado com um chapéu e óculos escuros.
-Lampião admirou muito o movimento da cidade, os carros rodando em toda direção, as lojas cheias, as igrejas grandes e bonitas, tendo rezado em todas.
- No porto, ficou surpreendido com o tamanho dos navios e a grandeza do mar.
- Passou no Palácio do Campo das Princesas. E contemplou os jardins e a morada do governador.
- Passou diante do quartel do 2º batalhão da polícia, no pátio do Paraíso.
- Andou de bonde elétrico, foi até Olinda, onde conheceu a Sé e o Seminário, cumprimentou o reitor, monsenhor Ambrosino Leite e achou graça nos padres de batina preta (seminaristas).
- Na noite de 19 de outubro assistiu a um filme de cena muda sobre a vida militar, no antigo cinema Royal, na rua Nova.(Fonte:Livro "O Incrível Mundo do Cangaço" do Professor Antonio Vilela de Souza).

As belas Fontes Cristalinas


A cidade nasceu perto de uma das fontes que se chamou mais tarde de "Vila Maria". Manancial que, juntamente com a "Gruta D'Água", dá início ao rio Mundaú. Este rio, no município de Garanhuns, é riacho, mas vai crescendo e corre, volumoso, no vizinho estado de Alagoas. As primeiras povoações iam buscar água na Vila Maria, descendo a ladeira da "Rua do Açude", rua Capitão Tomaz Maia, nome do antigo proprietário da fonte. Garanhuns, pois, embora elevada, nasceu das águas. Cidade de montanha, naturalmente fria, sobre qual o famoso Luiz Gonzaga cantou: "Onde o nordeste garoa", composição do caruaruense Onildo Almeida.
É sabido que o clima e a água bons influenciaram decisivamente na emancipação de Garanhuns em 1879. O deputado provincial, Silvino Guilherme de Barros, o Barão de Nazaré, tendo conhecido esta terra um ano antes, apresentou o projeto e defendeu-o falando das riquezas: "Sr. Presidente, quando disse que Garanhuns era terra em que se ia lá buscar saúde, referia-me também (tenho gosto de repetir) às belas fontes cristalinas que ali há e que, a despeito dos maiores verões, nunca secam".
No livro "A Terra dos Garanhuns", o professor e historiador João de Deus de Oliveira Dias afirmou: "A temperatura da água é normal, no verão e no inverno. O futuro de Garanhuns está, pois assegurado como cidade estância hidromineral".
A Vila Maria era a mais tradicional, depois a Vila Regina perto do Pau Pombo e numa época (nos primeiros anos da década de 50), o Pau Amarelo no bairro de Heliópolis, estas fontes vendiam os banhos de chuveiro. Então, eram poucas as casas que já tinham água encanada e maior parte da população apanhava água nas vilas e tomava banho aos sábados e domingos nos banheiros que ofereciam água a vontade.
Isto, para muitos, era motivo de festa e iam em grupos, toalhas às costas, levando uma ou duas garrafas de aguardente. À entrada das vilas, havia cocadas e outros doces para se comprar. Da Vila Maria se tirava muita água.
Gente com carroça de mão, mulheres com latas d'água na cabeça e inúmeros jumentos conduzindo, como carga, 4 latas cheias, para serem vendidas pela cidade. O movimento era grande. Não se sabe como tudo isto acabou e as fontes foram abandonadas.
O primeiro serviço dos encanamentos foi com Ruber Van Der Linden, criada a Empresa de Melhoramentos de Garanhuns. A primeira fonte explorada foi a do Pau Pombo e, a medida que a cidade foi crescendo, as águas da Várzea e do Pau Amarelo. O curioso é que, nesses tempos, mesmo a água sendo das fontes, niguém bebia, por ser encanada.(Foto:Garanhuns-década de 40 - Serviço de Abastecimento d'água de Garanhuns. Fonte da Pesquisa Jornal "O Farol").

Aguinaldo Lopes Leal (O Mago)


Aguinaldo foi uma daquelas pessoas que amava sua terra. Foi um grande desportista pois tinha uma grande paixão pelo Sete de Setembro Esporte Clube, no qual o mesmo trabalhou como massagista.
Durante o carnaval sua presença era algo de muita animação para os foliões quando o mesmo saia com sua fantasia de médico e sua maleta de primeiros socorros.
Foi por mais de 20 anos funcionário da Câmara Municipal de Garanhuns, fica aqui a nossa homenagem ao "Mago". O mesmo faleceu em 2011.

Sunday, March 25, 2012

Pontos Turísticos de Garanhuns: Parque Euclides Dourado




Parque Euclides Dourado conhecido como Parque dos Eucaliptos, fica no Bairro de Heliópolis. Ideal para uma caminhada pela manhã ou no final da tarde. Abriga também a Biblioteca Luís Jardim.

Doutô Raiz

Zezinho de Garanhuns

Você criado no mato
Na vez que um fio adoece
Faz um remédio barato
Que muita gente conhece
Tem um doutô raizêro
Este por pouco dinhêro
Prepara uma garrafada
Devido tanta mistura
As vês agente se cura
Quase inté sem gastá nada

No lugar que eu nasci
Tinha um doutô raizêro
Um fazedô de meizinha
Que pegou fama ligêro
A casa cheia de gente
E tudo gente doente
Gente de longe e pertinho
Todo dia aparecia
E seu remédio sirvia
Pr'aquele povo todinho

Seu nome foi se espalhano
Quase em toda região
E haja gente chegano
Do agreste e do sertão
Vinha do norte e do sul
Deles que chegava azul
Com uma doença danada
Adespois ficava bom
Rosado iguá a botom
Cum a tá da garrafada

Depois que ficou famoso
O povo lhe precurano
Inté um pouco orguioso
Cuma tivesse inrricano
Há muito tempo passado
Eu escutava um ditado
Inté um ditado fraco
Dizia a minha madrinha
Quando Deus dá a farinha
O diabo vem rasga o saco

Certo dia apareceu
Uma fiscalização
Pra ver se o remédio seu
Era registrado ou não
O fiscá lhe perguntou
O sinhô já se formou
Pra tomá essa atitude
Tratá de tanta doença
É preciso ter licença
Do Ministério da Saúde

Só pode se for formado
Mode tratá de doente
Se passá remédio errado
Pode matá muita gente
E o Doutô raiz falou
O sinhô já ispiou
Quanta diferença há
Das doença dos matuto
Criado qui nem bicho bruto
Pros povo da capitá?

Se lá tem conjuntivite
Aqui nós chama dordói
Azia lá é grastite
Queima no istambo e dói
Intiriça é hepatite
E a poliomelite
Eu chamo paralisia
Sei que estresse é cancêra
Diarréia e caganêra
É tudo dizinteria

Coqueluche é tosse braba
Asma é farta de ar
Afitose eu chamo baba
Corise de ispirrá
A gente chama difurço
Pilepsia e convulsão
Aqui eu chamo dismaio
Dor com caimbra é andaço
E a dor de espinhaço
É bico de papagaio

Gripe é constipação
Sarna é iscabiose
Prósta é inframação
Isdropisia é sirrose
A varíola é bichiga
Cólica é dor de barriga
Pelagra é arisipela
Morróida é sangue no fundo
Aids doença do mundo
E o sinhô tá com ela

Nisso o fiscá teve um susto
E disse o sinhô me trata
Trato sim mas tem um custo
Que essa doença mata

Luís Jardim


Luís Inácio de Miranda Jardim nasceu na cidade de Garanhuns-PE, em 8 de dezembro de 1901.
Filho do Professor Manuel Antônio de Azevedo Jardim e D. Angélica Aurora de Miranda Jardim.
Cursou escola primária particular, até os onze anos de idade, e nela fez apenas o primeiro grau. Doenças e outras ocorrências lhe interromperam para sempre o aprendizado normal.
Em 1918 mudou-se para o Recife. Aí se emprega no comércio. Lê os livros que lhe caem às mãos.
Desenhista por vocação, embora raramente desenhasse, era caixeiro que vivia em rodas de intelectuais e artistas.
Admirando escritores e jornalistas, torna-se amigo de Osório Borba e Joaquim Cardoso, o poeta bissexto, e ambos tiveram grande influência nos pendores artísticos e literários de Luís Jardim.
Mais tarde, em 1928, quando conheceu o escritor Gilberto Freyre, então diretor de "A Província", escreveu a pedido deste o seu primeiro artigo, tentativa de apreciação de pintura, publicado nesse jornal. Antes havia escrito uma pequena nota, assinada, para o periódico que ajudou a fundar em companhia de manuel Lubambo - Frei caneca - jornalzinho que se dizia separatista e distributista.
Em 1936 é convidado pela Sociedade Felippe d'Oliveira a vir fazer uma exposição de aquarelas no Rio de Janeiro, onde passou a residir. Em 1937 lhe são conferidos o primeiro e o segundo prêmios no Concurso de Literatura Infantil do Ministério da Educação, respectivamente pelo "O Boi Aruá"(edição de Alba Editora em 1940) e "O Tatu e o Macaco", livro de estampas também publicado em 1940 pelo mesmo Ministério. Este livro foi depois traduzido para o inglês (The Armadillo and the Monkey) e publicado em primeira edição(1942), pela Editora Coward-MCann, de Nova Iorque, e em segunda por E.M. Hale, Wisconsin (Cadmus Books).
Confere-se, em 1938, o Prêmio Humberto de Campos, instituído por esta editora, ao seu livro de contos Maria Perigosa.
Luís Jardim estréia no romance - As confissões do meu tio Gonzaga, que editamos, em 1949. Traduziu a peça teatral A morte do caixeiro-viajante, de Arthur Miller, que foi representado pela Companhia Jaime Costa. Em 1958 a Academia Brasileira confere à sua peça "Isabel do Sertão" o prêmio Claúdio de Souza(para teatro) e a "Proezas do Menino Jesus", em 1968, o prêmio Monteiro Lobato(para literatura infantil), em 1971 lança Aventuras do Menino Chico de Assis (inspirado na vida de São Francisco de Assis) em convênio com o INL-MEC. Em 1978 escreve nova obra de literatura infanto-juvenil em 2 volumes intitulados "Façanhas do Cavalo Voador" e "Outras façanhas do cavalo Voador" (Lendas de Mitologia greco-romana). Colaborou na imprensa do Rio de Janeiro e dos Estados e trabalhou como redator em mais de um jornal do Rio de janeiro. Luís Jardim foi redator do Instituto do Açucar e do Álcool.
Faleceu em 1º de Janeiro de 1987, dormindo em casa e deixou um obra que nunca que nunca será esquecida.(Foto: da esquerda para direita: Ciro dos Anjos, João Guimarães Rosa, José Olympio, Luís Jardim, Thiago de Melo e Mário Palmério).

O Homem Só

Marcílio Reinaux

Sou um homem só
Quem nem um batel
Esquecido à beira mar.
Quem nem um ninho de
Ave de arribação,
Depois do seu
último vôo.

Um homem só,
Na linha do horizonte
Como um ponto distante,
Que nem árvore
Seca na caatinga, ou
Como o rochedo no
Alto do monte.

Homem só,
Me pus na vida
Que nem andarilho, nos
Ermos caminhos da vida,
Quem nem o vento
Frio em noite
Invernal.

Só.
Na luta, do mundo
Na busca, infinda.
No ato amargo
Do fato, passado.
Na ida, fugida
Na vida, sofrida
No pós, poeira...
Só.



Viagem fotográfica ao passado de Garanhuns; conservando a memória de nossa cidade


Praça Dom Moura(Década de 30) - Em frente a Mercaria Dom Moura de Basil Santos.

Hino do Colégio Santa Sofia (Garanhuns-PE)

Letra e Música: Mons. Pedro M. Godoy

Erguido em colina verdejante
Banhado à luz da aurora em arrebol
Qual rútilo jardim exuberante
Jardim de corações, alma de escol
Fagueira juventude radiosa
Cheia de vibração
É o Santa Sofia, suave harmonia
Que eleva o coração

O grito altissonante deste hino
Que vibra como as vozes de um clamor
É o preito filial, amor divino
Que encerra um ideal de pátrio amor
Avante, juventude estudiosa
Cheia de graças mil
Amor perenal, vibrante febril
Ao nosso imortal Brasil!

A lição de santidade, fala ao sentimento
E sob a luz da verdade fulge o pensamento
Na luta renhida, à sombra da cruz
A instrução é vida, que à glória conduz

E da serrana cidade, brilha a juventude
Num sorriso de bondade, no amor à virtude
Terra, céus e mares, do Brasil dizei
Em todos os lares, Viva Cristo Rei!

Friday, March 23, 2012

Aloísio Souto Pinto


Natural de Palmeirina, chega à cidade Serrana(Garanhuns), com o pai Ulisses e instala-se com uma casa comercial de tecidos na Rua Santo Antônio. Porém, o genitor não deixou de continuar atuando no comércio daquele povoado, indo ali "mascatear" nos dias de feira.
Aloísio, no Diocesano, cursou o Ginasial. Nas suas folgas, quando não estava ajudando o "velho", ia às bulhas de galo, no quintal de Chico Leal, ou então, ao gramado, defender as cores do América F.C.(sócio-fundador), "onze", ou Santa Cruz, em cujas agremiações também participava das respectivas diretorias. Durante, algum tempo, foi Juiz de Partida de Futebol, respeitado pela sua atuação enérgica. Ingressando na função pública federal, no M.A., no setor de Meteorologia, procurou não se limitar "à previsão do tempo", a lidar com altímetros, anemógrafos e a anotar os strato-cumulus e cumulus.
Enveredou para a política, sendo eleito vereador da Câmara Municipal de Garanhuns, em que, sufragado para Presidente, chegou a ocupar o cargo de Prefeito, quando da ausência do titular. Destacando-se, entre os seus pares, venceu em pleito memóravel, as eleições para Prefeito Municipal, com votação consagradora(1959). Após uma profícua administração municipal, participa das eleições para o Legislativo Estadual, saindo vitorioso e no mandato de Deputado, era um líder atuante a batalhar pelos interesses da comunidade garanhunense.
Na sua cidade adotiva, em homenagem póstuma, há o Bairro Aloísio Pinto, criado no Governo de Amílcar valença(2ª administração).(Foto:Aloísio Pinto - Fonte da Pesquisa Livro "Os Aldeões de Garanhuns" de Alberto da Silva Rêgo)

Profº Antonio Vilela de Souza: O Incrível Mundo do Cangaço


O Professor Antonio Vilela de Souza, nascido em São João, em 12 de agosto de 1953, percorreu várias cidades do Nordeste. Entrevistou testemunhas do Cangaço e esteve em vários pontos onde o misto de heroísmo e bandidagem reinou e foi perseguido por mais de 20 anos. Historiador por opção, o Profº Vilela pesquisou muito, foram várias noites conferindo publicações, acessando a Internet e se doando totalmente a sua obra.

Bom dia:


Quando você levantou pela manhã "EU" já havia preparado o sol para aquecer o seu dia, e o alimento pra sua nutrição. Sim, "EU" providenciei tudo isso enquanto vigiava o seu sono, a sua família e a sua casa. Esperei pelo seu "bom dia", mas você se esqueceu. Bem, você parecia ter tanta pressa, que "EU" lhe perdoei.
O sol apareceu, as flores deram o seu perfume, a brisa da manhã e acompanhou e você nem pensou que "EU" é que havia preparado tudo isso. Seus familiares sorriam, seus colegas o saudaram, você trabalhou, estudou, viajou, realizou negócios, alcançou vitórias, mas... você não percebeu que "EU" estava cooperando com você, e mais teria ajudado se você me tivesse dado uma chance... "EU" sei, você corre tanto... "EU" o perdoei.
Você leu tanto, ouviu muita coisa, viu mais ainda, e não teve tempo de ler ou ouvir a MINHA PALAVRA..."EU" quis falar, mas você não parou para ouvir. "EU" quis até aconselhá-lo, mas você nem pensou nessa possibilidade. Seus olhos, seus pensamentos, seus lábios seriam melhores. O mal seria menor e o bem, muito maior em sua vida.
Você trabalhou, ganhou dinheiro, não fez mais porque não me deixou ajudá-lo. Mais uma vez você se esqueceu de mim.
Esqueceu-se que "EU" desejo uma participação no meu reino com a sua vida e o seu talento.
Findou o seu dia. Você voltou para casa. Mandei a lua e as estrelas tornarem o cenário mais bonito para lembrar-lhe do meu amor por você. Certamente, vai agradecer-me e me dar uma "boa noite"... Já dormiu! Que pena!
Boa noite, durma bem.
Eu ficarei velando por você.

JESUS.

Dr. Antônio Souto Filho



O Dr. Antônio Souto Filho, nascido neste município, em 29 de agosto de 1885, era filho do Coronel Antônio da Silva Souto, o primeiro prefeito deste município no regime republicano, membro da mais antiga família local, denominada muchileiro.
Quando ainda estudante da Faculdade de Direito do Recife, pela qual se bacharelou em 6 de dezembro de 1903, o Dr. Souto Filho foi um dos fundadores do "Garanhuns", primeiro jornal que circulou no ano de 1905, assim como depois o foi do "Sertão", em 1909, e "O Jornal", em 1911.
Iniciou a carreira política em 1911, como oficial de gabinete do então Governador do Estado, General Emílio Dantas Barreto, tornando-se, daí por diante, prestigiadíssimo chefe político do Município. Eleito em 1916, deputado estadual, exerceu o mandato até o fim, em 1920, quando foi nomeado Curador Geral dos Órfãos.
1927, foi eleito senador estadual. Mesmo depois da vitória da revolução de 1930, sendo adversário dos que governavam o Estado, foi eleito deputado à Constituinte Federal, e, em seguida, em 1933, deputado federal, no Congresso dissolvido pelo golpe de estado de 1937.
O Dr. Antonio Souto Filho faleceu em 19 de julho de 1937, no Recife onde residia, sendo sepultado no cemitério de Santo Amaro.
Como homenagem à sua memória, o governo Municipal deu o nome a uma das suas praças. Posteriormente, muitos correligionários e amigos aventaram a idéia da colocação do seu busto no referido logradouro, o que mereceu completo apoio dos familiares, principalmente do genro, o deputado Federal Adelmar da Costa Carvalho que o mandou esculpir em bronze, pelo escultor brasileiro Edson Paiva e solenemente o fez colocar na referida praça no ano de 1949.(Foto: Dr. Antonio Souto Filho).

"O SER"

Alberto da Silva Rêgo

Há, pela manhã,
Um hino de beleza,
É a criança.
Ao meio dia,
Um sonho de alegria,
E a mocidade.
Chega a noite,
Recordação do passado,
- É a velhice.

O valor de um sorriso

Não Custa nada e rende muito...
Enriquece quem recebe, sem empobrecer quem dá...
Dura somente um instante, mas seus efeitos duram para sempre...
Ninguém é tão rico que dele não precise...
Ninguém é tão pobre que não possa dar a todos...
Leva a felicidade a todos e a toda parte...
É o símbolo da amizade, da boa vontade...
É o alento para os desanimados, repouso para os cansados, raio de sol para os tristes, ressurreição para os desesperados...
Não se compra, não se empresta...
Nenhuma moeda do mundo pode pagar o seu valor...
Não há ninguém no mundo que precise tanto de um sorriso, como aquele que não sabe, mais sorrir...

Viagem fotográfica ao passado de Garanhuns; conservando a memória de nossa cidade






Década de 20 - Antiga Praça Sérgio Lorêto, atual Praça João Pessoa.

Pegadas na Areia


Uma noite tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e através do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era o meu e o outro do Senhor:
Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver.
Isso aborreceu-me deveras e perguntei então ao Senhor:
- Senhor, tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, tu andarias sempre comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo por que nas horas em que eu mais necessitava de ti, tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas da prova e do sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços.

Mensagem de uma criança que não nasceu


Ontem foi meu aniversário... Eu iria completar um mês de vida.
Pensei que você, Mamãe, fosse me dar uma festinha, como todas as mães.
Pensei que você, Mamãe, fosse dar ao Papai o beijo que gostaria de dar em mim... Porém, a festinha não foi alegre como eu esperava...
De fato, você foi a farmácia e comprou o meu presente. Pena que este presente tenha causado a minha morte e você não chorou nem um pouquinho. Por que?
Porque logo no dia do meu aniversário, pensei que você fosse ficar feliz com a minha chegada, mas você mamãe, não me deixou caminhar nem a metade: você barrou o meu caminho.
Eu sabia, sim, que durante uns meses eu iria estragar a sua elegância, eu seria um peso para a senhora, porém, eu havia prometido a mim mesmo que ficaria bem apertadinho para não prejudicar. Eu deixaria para crescer depois que nascesse para o mundo.
Por que me tiraste a vida?
Eu sabia que em seu ventre a escuridão seria grande. todavia, a luz que veria depois seria o bastante. Eu iria conhecer o brilho do sol e das estrelas e, principalmente, conhecer você e Papai.
E também teria que ficar muda durante nove meses, entretanto, iria lhe contar toda a minha felicidade de ter você como mãe.
Eu iria conversar muito com você quando estivesse triste, faria tudo para botar em seus lábios um sorriso e quando estivesse alegre, faria tudo para que essa alegria durasse.
Sabe, eu planejei tanta coisa, mamãe... Queria crescer bastante e, depois de jovem, lutar com todas as minhas forças para que a guerra e o ódio, acabassem e reinassem a paz no mundo.
Sim, eu queria tanta coisa, mas você não sentiu isto... VOCÊ ME ASSASSINOU.
Queria crescer, plantar no chão de minha existência, muitas rosas que o perfume inebriassem os homens e os deixassem incapazes de fabricarem máquinas que matam outros homens.
Engraçado... Eu pensei que os pais amassem seus filhos a ponto de lhes dar a própria vida. Você não me deixou viver nem a vida que eu mal começara.
Olhe, este era o meu plano quando estava em seu ventre, mamãe. Hoje não posso planejar nada, pois faço parte do mundo daqueles que nunca sentirão o perfume das rosas e nem chorarão a dor da morte.
Espero que você ao menos tenha se arrependido para que isto não aconteça com meus irmãozinhos que estão para vir.
Tchau... Mamãe... Eu lhe perdôo, apesar de tudo...

Autor Desconhecido.

A Descendência da Família Muchileira

Abdias de Carvalho(1942)

Para narrar esses versos
Consultei opiniões
De pessoas muito antigas
Pois é minha obrigação
Uma vez que vou falar
Sobre uma geração.

O leitor deve saber
De uma família que tem
Chamada de Muchileira
Mas não sabe de onde vem
A primeira geração
De onde a mesma provém.

Por isso eu vou descrever
A história da antigüidade
Fazendo todos cientes
Com muita dignidade
Descrevendo a descendência
Desta familiaridade.

Há muitos anos passados
A coisa era diferente
A terra toda em comum
Consta nosso contingente
Pois dessas coisas fatais
Este caso é procedente.

Havia um antigo português
Que por aqui viajava
Apossou-se de uma terra
Donde ninguém trabalhava
E logo a demarcou
Só ele é que governava.

A grande porção de terra
Que o português demarcou
Não era bem conhecida
Ele então determinou
A escolher um nome
E em sua terra botou.

Veja com que nome lindo
A terra foi batizada
Ele chamou-a Muchila
E assim foi denominada
É de onde se dirá
Esta geração falada.

Na terra do português
Uma mulher habitava
Maria do Rosário
Esta mulher se chamava
E o nome do português
Quem me contou ignorava.

E ambos eram solteiros
Começaram a namorar
Como foi esse namoro
Eu não posso adivinhar
E sem haver casamento
Juntinhos foram morar.

E continuaram assim
Até que um filho nasceu
O português velho disse
Quem sabe o nome sou eu
Micael de Amorim Souto
Foi o nome que lhe deu.

Nasceu mais três filhos
A todos ele registrou
Todos eram masculinos
O nome ele já marcou
Vamos ver para esses três
O que foi que ele inventou.

O segundo filho dele
Também foi habilitado
Por José Paes de Lira
Ficou ele considerado
Veja qual a diferença
Como foi modificado.

Francisco Dias de barros
Ele chamou o terceiro
Sendo também diferente
Do segundo e do primeiro
Vamos ver qual foi o nome
Que registrou o derradeiro.

Já disse quais foram os nomes
Dos três rapazes primeiros
O ultimo Domingues Teles
E mais de Carvalho Gueiros
São estes os procedentes
Da família muchileira.

Todos estes se casaram
Aumentou a produção
Alirou-se por toda parte
Da Muchila a geração
Julgo que tem muchileiro
Até em outra nação.

Quem se assinar por Gueiros
E por Barros também
Por Dias, Carvalho, Teles
Não consulte com ninguém
É de dentro da Muchila
Já sabe de onde vem.

Paes e Lira também
Não tem mais que chegar
Que todos são muchileiros
Queira ou não aceitar
Ou da Muchila ou do Saco
Não tem para onde apelar.

Tem muchileiro espalhado
Até mesmo no Pará
Paraíba, Rio Grande
Sergipe no Ceará
São Paulo, Rio de Janeiro
Na Baía e no Paraná.

Finalmente no Brasil
A geração está espalhada
Todos os filhos destes nomes
É da Muchila falada
Há mais de duzentos anos
Só pode está aumentada.

A sede é em Pernambuco
No distrito de Brejão
Onde é a propriedade
Com a denominação
Que ainda hoje é Muchila
Ninguém me dirá que não.
(Fonte da Pesquisa:Livro "A História da Família Gueiros" de
David Gueiros Vieira)

HINO DE GARANHUNS

Thursday, March 22, 2012

A História da Família Gueiros


Neste livro, o professor David Gueiros Vieira traça a história da família Gueiros, desde suas raízes coloniais até o presente momento, mostrando como esta família participou de alguns eventos cruciais da história do Brasil.
De bárbaros colonizadores, transformaram-se em evangelizadores e profissionais liberais, tendo suas atividades se expandindo por todo o Brasil e por outros países.

Alfredo Leite Cavalcante






Era um defensor intransigente de tudo o que se relacionava a terra de Simôa Gomes, residiu no bairro da Boa Vista.
Quando da administração do Prefeito Luís Guerra, foi mudada a feira que se realizava, no meio da semana, na praça principal deste arrabalde, ele foi o primeiro a protestar publicamente. No período de 1905/1910 participou da Banda Musical 02 de Março. Com outros amigos, em 1918, organizou a Banda Musical Independente. Em 1919 foi um dos fundadores do Sport Club. No setor teatral integra-se, desde a fundação, ao Grêmio Polimático(1922), ocupando no ano seguinte o cargo de Diretor Musical.
Em 1930, participa do quadro social da Aga. Na Sociedade de Cultura, 1933, é o Vice-Presidente da Diretoria de Honra.
No setor privado, Alfredo Leite foi proprietário de carros de aluguel e da "Empresa de transporte Coletivo" adquirida a Henrique Torres, exercendo a função de motorista, cobrador e mecânico. A sua "sopa" transportava gente, bagagem e o que preciso fosse, representando, realmente, mais um meio de ajuda ao pobre, morador do arraial, que necessitava carregar a sua feira, aos sábados, e se tornava oneroso pagar táxi e cansativo o transporte na cabeça.
Com todos os problemas acima, procurando sobreviver, quando menos se espera, já nos decantados anos da velhice, surge o homem pesquisador e literato, humilde escritor da "História de Garanhuns" em dois volumes, coroando toda uma existência em profícuo trabalho de real valor para a terra dos "Unhanhúns".
Somente os que sabem o quanto é espinhoso dizer a verdade, é que pode estimar a obra de Alfredo Leite Cavalcante, publicada em 1973, que representa um documento de alta valia para a posteridade. Ao seu "hobby" de amante da música e do teatro, juntou a de historiador.(Fonte:Livro "Os Aldeões de Garanhuns" de Alberto da Silva Rêgo).

Criação da Diocese de Garanhuns


Em 2 de agosto de 1918, foi criada a Diocese de Garanhuns, pela Bula Pontifícia do Santo Padre Bento XV.
Foi seu primeiro prelado o Exmo. Revmo. D. João Tavares de Moura, que naquele ano ocupava a Paróquia de Olinda, onde foi sagrado bispo na velha Sé, vindo somente tomar posse do Bispado no princípio de 1919.

BULA PONTIFÍCIA:

BENTO PAPA XV, SERVO DOS SERVOS DE DEUS, ao dileto filho João Tavares de Moura, Bispo eleito de Garanhuns,saúde e benção apostólica.
O ofício de reger, apascentar e governar a Igreja Universal, confiado a nossa humildade pelo Eterno Prícipe dos Pastores, impõe-nos o onus de cuidar diligentemente que a todas as igrejas sejam dados pastores que saibam e possam apascentar com eficiência o Rebanho do Senhor.
Como ainda não tenhamos dado um pastor à Igreja de Garanhuns na República brasileira, que, com nossa autoridade apostólica, erigimos sufragânea da Sede Metropolitana de Olinda e Recife, por nossas Cartas Apostólicas dadas em Roma junto a São Pedro, no dia 2 de agosto do ano do Senhor de mil novecentos e dezoito, quarto do nosso pontificado, Nós, pretendendo prover o bem não só da mesma Igreja de Garanhuns como também de sua grei, com a nossa autoridade apostólica e tendo consultado os Veneráveis Irmãos Cardeais da Santa Igreja Romana, te elegemos de Pároco da Cidade de Olinda para a dita Igreja Catedral de Garanhuns, e, constituindo-te bispo e pastor, confiamos-te o governo e a administração da mesma Igreja de Garanhuns quer nas coisas espirituais como temporais, com todos os direitos, privilégios, onus e obrigações inerentes ao pastoral ofício.
Queremos, porém, e ordenamos que, observando tudo que se deve observar por direito, antes de receberes a sagração episcopal, faças, diante de um bispo católico em comunhão com a Sé Apostólica, a profissão de fé e os juramentos de praxe, segundo as fórmulas que seguem anexas, remetendo à Sé Apostólica dentro de seis meses, os mesmos juramentos ou cópias, assinadas pelo mesmo bispo.
A esse prelado, por ti escolhido, nós confiamos a missão de receber em nosso nome e da Igreja a profissão de fé e os juramentos. Queremos também que a Paróquia que atualmente reges na cidade de Olinda, fique vaga por esta nossa provisão, com efeito porém suspensivo até à posse de tua nova sede. A colação daquela mesma Paróquia ficará reservada a Sé Apostólica.
Pelas presentes cartas nós reservamos também e à Sé Apostólica determinar, em qualquer tempo, uma nova circunscrição desta Diocese.
Alimentamos uma firme esperança de que, assistindo-te a mão propícia de Deus, a Igreja Catedral de Garanhuns seja eficientemente regida pelos teus dotes pastorais e receba prósperos incrementos quer nas coisas espirituais como nas temporais.
Dada em Roma, junto de São Pedro, no dia 3 de julho do ano de 1919, quinto do nosso pontificado.
a)Bento papa XV
a)Otávio Cardial Cagiano - Cardeal da Santa Madre Igreja.(Foto:D. João Tavares de Moura 1º Bispo da Diocese de Garanhuns.Fonte da Pesquisa Livro "A Terra dos Garanhuns" do Profº João de Deus de Oliveira Dias)