Saturday, March 17, 2012

Cabo Cobrinha: Um herói de Garanhuns


O Cabo de Esquadra Antônio Pedro de Souza, o Cabo Cobrinha, ingressou voluntariamente na então Força Policial do Estado de Pernambuco em 1º de dezembro de 1909. Em 25 de novembro de 1911 foi promovido a Aspençado(antiga graduação entre Cabo e Soldado), e em 27 de novembro de 1911, a Cabo de Esquadra.
Em 15 de janeiro de 1917, estava destacado em Garanhuns, onde à frente de uma heróica esquadra, sob seu comando, constituída dos soldados Ezequiel Cabral de Souza, Pedro Antônio Dias, Francisco Maciel Pinto e Manoel João de Oliveira, defendeu a cadeia pública contra o assédio de mais de uma centena de cangaceiros, escrevendo com o seu sangue e dos demais defensores da cadeia , uma das páginas mais memoráveis e heróicas da Polícia Militar de Pernambuco.
O trágico episódio ficou registrado nos anais da história pernambucana como a Hecatombe de Garanhuns, uma vez que após o sacrifício da guarda, todas as pessoas que estavam refugiados no citado estabelecimento foram selvagemente exterminados.
Sob as ordens de Vicente de Tal, vulgo Vicentão, os cangaceiros dirigiram-se a cadeia, onde se achavam os infelizes destinados ao matadouro.
Ao chegar defronte a cadeia, Vicentão, medonho de ver, chapéu de couro enterrado na cabeça, rifle em punho, interpelou Cabo Cobrinha, que encontrava-se na porta da cadeia: "então entra nessa meleca ou não? ao que respondeu o policial:"só depois de passar por cima de meu cadáver". E partiu o primeiro tiro. A luta foi renhida e desigual. Mais de 100 facínoras, contra a guarda da cadeia com 5 homens. O tiroteio durou meia hora. A guarda, o cabo Antônio Pedro de Souza, o "Cobrinha", comandante do destacamento seus companheiros, todos os soldados da polícia, aceitou com nobreza e bravura, o quinhão desigual e trágico que o destino lhe oferecia. Antônio Pedro de Souza tombou igualmente. Só depois de passar pelo cadáver do Cabo Cobrinha, os vândalos entraram na cadeia de Garanhuns.
Sangrando-no perversamente depois de morto, colocaram-no de bruços a porta da cadeia. A coice de rifle e punhais mataram os refugiados Sátiro Ivo, Manoel Jardim, J. Veloso, Júlio e Argemiro Miranda, Luiz Gonzaga e o médico Borba Júnior.
A matança foi completa e impiedosa, os sicários do déspota Júlio Brasileiro mataram homens inocentes, manchando assim a história de garanhuns com uma nódoa jamais apagada da memória do nosso povo. Portanto, o Cabo Cobrinha escreveu o seu nome na história de Garanhuns com o seu ato de heroísmo.(Fonte: Jornal Cidade. Foto: Cadeia Pública, Palco da Hecatombe - Atual sede da Compesa)

0 comments:

Post a Comment