Monday, April 30, 2012

"GARANHUNS- POESIA"


Nelson Fernandes

Sua beleza, encantadora,
já pintaram em cores os estetas;
sua magia viva, sedutora,
já cantaram também, grandes poetas.

Para dizer tudo que sinto agora
no desvaneio que esta terra inspira...
Mesmo que sendo uma voz de fora,
ao tom saudoso de moderna lira.

Se meu poema não revela tudo
que representas com real beleza,
Perdoa, Garanhuns, só quis, contudo,
No meu delírio decantar riqueza!

Se aqui viver no decorrer dos anos,
cantarei sempre porque tu existes
serás meus derradeiros desenganos...
o meu consolo para os dias tristes...

E ao terminar a minha pobre vida,
sentindo o frio do feral inverno.
Que tu sejas a última guarita,
para que eu viva neste sonho eterno.

RUBER VAN DER LINDEN E O TENENTE MANDÚ



Ruber Van Der Linden foi uma das maiores culturas de Garanhuns.
Engenheiro Eletricista, Jornalista, Pintor e Poeta de enorme talento. A sua mais importante tarefa foi a de gerente do Serviço de Água e Luz de Garanhuns. A mais importante obra foi a construção do Parque que hoje tem o seu nome. Mas apesar de extremamente culto, foi também um homem de temperamento forte.
O Tenente Mandú não tinha cultura nem profissão definida. Não era de Garanhuns, e quando aqui chegou foi trabalhar nos armazéns de Pinto Alves, sendo demitido, por haver praticado crime de lesão corporal num colega de trabalho.
Desempregado foi convidado por comerciantes desta praça, para fazer cobrança de conta alheia, ganhando uma porcentagem da conta recebida. Quando o devedor não pagava, o Tenente dizia:
- Pague a minha comissão, e o resto pague quando puder.
Era boêmio por natureza. Usava um terno branco com sapatos pretos caprichosamente engraxados. Não se apartava de um cravo vermelho na lapela do paletó. Não se separava de um bolsa preta, onde conduzia documentos e dinheiro recebido. Nos dias santos e feriados, juntava-se com os violinistas Manoel do Sargento, Euclides Pernambuco, Albino Gueiros, Pedro Pixumba, Manoel Bacha e Luiz Montanha. Acompanhava-se, também com Lupita, excelente cantor, e Libório Fogueteiro. Os lugares procurados para farras eram o café de Antônio Mitia, e casas na periferia da cidade. Mandú era um exímio tomador de cervejas, desde que fossem pagas pelos colegas de farras. Ele nunca pagou para ninguém.
Tenente Mandú residia na Rua de São Vicente, era solteiro, mas tinha em sua companhia uma senhora, que dizia ser sua filha. Um certo dia, o Tenente foi surpreendido pela incômoda visita de um soldado de polícia, que lhe entregara uma intimação para comparecer à presença do delegado.
- Intimado por que perguntava a si mesmo?
O motivo do chamamento, prendia-se ao fato de, no dia anterior, o Tenente Mandú ter ido ao escritório do Dr. Ruber reclamar um aumento exagerado na conta de luz. Fato este, do qual não estava lembrado.
- Bom dia Dr. Ruber!
- Quero falar com o senhor sobre a conta da luz da minha casa, que está exagerada.
Dr. Ruber levantou a cabeça olhou para o Tenente e como se ninguém houvesse falado, baixou as vistas e continuou escrevendo. Duas horas mais tarde, não obtendo a atenção do gerente tornou a chamar:
Dr. Ruber, quero falar com o senhor sobre a conta de luz. A resposta foi a mesma, o silêncio sepulcral do gerente.
O Tenente Mandú já desesperado bateu com a mão em cima do balcão do escritório e fazendo gestos ameaçadores, disse:
- Tem nada não, Dr. Ruber, logo acertaremos as contas.
Isto bastou para que no dia seguinte o Dr. Ruber fosse ao Palácio do Governo pedir garantia de vida ao Governador Agamenon Magalhães sob a alegação de que estava sendo ameaçado pelo Tenente Mandú. Ciente do acontecimento, Agamenon, homem seco como as terras esturricadas de Serra Talhada ordenou ao Delegado encaminhar o intimado à presença do Governador, previnindo, que se não fosse seria preso a qualquer momento. Pensando que teria sido chamado pelo Governador para assumir um cargo importante, o Tenente vestiu o costumeiro terno branco, caprichosamente engomado, colocou um cravo vermelho na lapela do paletó; e, no trem das oito horas seguiu em direção ao Palácio das Princesas, solicitando ordem para falar com o Governador.
- Bons dias, Senhor Governador, aqui estou, a convite de V. Excelência.
Agamenon levantou a cabeça e com os olhos arregalados óculos na ponta do nariz, perguntou:
- Quem é você de onde vem?
- Venho de Garanhuns, eu sou o Tenente Mandú.
- Já sei, você é o cabra safado, sem vergonha que ameaçou de morte o meu amigo Ruber Van der Linden; seu vagabundo. Não sei onde estou, que não lhe mando para o Brasil Novo. Lá você vai comer bacalhau com água de sal para o resto da vida.
- Mas Doutor...
- Doutor o que, safado velho. Você ameaça de morte o meu empregado, e ainda quer se desculpar, seu bandido.
A cara feia de Agamenon fez uma pausa e perguntou:
- Você já almoçou, safado velho?
- Não senhor, nada comi até agora.
Esperava almoçar com V. Excelência, mas, pelo andar da carroagem, a coisa está feia.
Agamenon tocou novamente a campainha e ordenou ao oficial:
- Leve esse safado a um hotel, e dê-lhe comida.
Traga-o depois que eu quero manda-lo para o Brasil Novo para ele comer bacalhau com água de sal e aprender tratar bem os meus amigos. O Tenente Mandu disse a si mesmo:
- Nunca mais voltarei a Garanhuns para tomar cerveja com meus amigos. O China Gordo vai mandar matar-me. A culpa é do Dr. Ruber Van der Linden.
As cinco horas da tarde daquele dia macabro, o Governador olhou para mim e perguntou:
- Você tem o dinheiro da passagem de volta para Garanhuns?
- Tenho não, Doutor, mas se V. Excelência deixar eu vou até a pé.
- O Governador, ordenou dê uma passagem a esse velho safado, e concluiu.
- Saia por aquele porta imediatamente.
Feliz da vida, Mandú como se tivesse saído em direção ao céu abriu a porta de duas bandas, e quando ia saindo, ouviu a voz de Agamenon que dizia:
- Volte aqui, safado velho.
- Morri de medo, e quando entrei novamente no gabinete, o interventor repetiu:
- Se ameaçar, novamente o Dr. Ruber, mando você para o Brasil Novo e lá você vai comer bacalhau com água de sal pelo resto da vida.
Sai vendendo azeite ás canada em direção a minha Terra para beber cervejas com meus amigos; e, nunca mais olhei para Ruber Van der Linden.
(Agamenon Magalhães foi Governador de Pernambuco entre 1937/1945 - Interventor, e entre 1951/1952 sendo eleito falecendo durante o mandato).
Foto: Antiga sede do Serviço de Água e Luz de Garanhuns hoje Parque Ruber Van Der Linden - Pau Pombo.

PRIMEIRO AVIÃO QUE TOCOU O SOLO DE GARANHUNS


Em outubro de 1927 no Parque dos Eucalíptos, pela primeira vez em nossa cidade uma avião toca o solo de Garanhuns: "O Garoto"(foto) como era chamado o avião.
O campo foi todo cercado e a entrada foi paga para ver a aterrissagem e ver de perto o avião. Conta Alberto da Silva Rêgo em seu livro "Os Aldeões de Garanhuns", que o seu pai comprou alguns bilhetes para a família ver a novidade.

Manoel Clemente da Costa Santos: 6º Prefeito de Garanhuns


Eleições realizadas em 10 de julho de 1907, cuja apuração foi a seguinte: Para Prefeito Comendador Manoel Clemente da Costa Santos, 527 votos e o Coronel Antonio de Moraes Campelo, 136 votos; Para Sub-Prefeito Capitão Miguel Quirino dos Santos, 521 e o Capitão Luiz de Barros Correia Gordinho, 142 votos. Para o Conselho Municipal o Coronel Francisco Veloso da Silveira, Luiz de França Cordeiro e Cipriano Correia de Carvalho, 636 votos cada um; O Major João Francisco da Silva e Joaquim Bahia de Melo, 634 votos cada; Belarmino de Paula Santos, 597 votos; João Correia de Assis, 585 votos; Francisco Vieira dos Santos, 535 votos; João Baptista de Melo Viana e Félix Cantalice Vila Nova Melo 530 votos cada um; Azarias Salgado de Oliveira Vasconcelos, 529 votos; Francisco Teles Furtado, 525 votos; Godofredo Viana Costa; 523 votos; Antonio Rosa Filho, 521 votos; Joaquim Antonio de Araujo, Sabino Ferreira de Azevedo, Vitorino Alves Monteiro, Joaquim Alves Barreto Coelho, João Frederico do Rego Vasconcelos, Agostinho Jorge da Costa e Manoel Inácio de Melo, 134 votos cada um; Elventino Paes da Silva, 44 votos; Elias da Silva Burgo, 29 votos.
Com os candidatos mais votados foi composto o sexto Governo Municipal. A esse tempo a ala política dominante era chefiada somente pelo Professor Manoel Jardim, por haver falecido o seu irmão Dr. Luiz Afonso de Oliveira Jardim. A maneira como se conduziu o Prefeito eleito, muito prejudicou o partido da situação e muito concorreu para o seu posterior enfraquecimento. A não ser um processo administrativo a que respondeu, nenhum outro fato importante assinalou a passagem do Comendador no Governo Municipal, tendo chegado ao ponto de renunciar o mandato, faltando ainda um ano para o seu término, obrigado pela conclusão do referido processo. Não menos foi o fracasso do seu substituto legal, Capitão Miguel Quirino dos Santos, que terminou o período do Governo.(foto: Prédio do Paço Municipal e Prefeitura, início do Século passado)

JOSÉ PRAXEDES DE BRITO



José Praxedes de Brito(foto), foi uma das maiores expressões do Timbó, pequeno povoado distante apenas 18 quilômetros de Garanhuns via Castainho. José Praxedes, homem religioso entre o seu povo e que foi patrono de N. S. de Nazaré, título outorgado por D. Milton Correia, ex-Bispo de Garanhuns. A Igreja de Nossa Senhora de Nazaré que fica no Timbó é a mais antiga de Garanhuns
Segundo o Sr. José Praxedes, o povoado do Timbó nos idos de 1650 a 1700 acolhia um grupo de negros perseguidos por tropas portuguesas que foram também até ao Timbó.
Os escravos subsistiram a diversos tipos de perseguições, fixando-se no povoado que aos poucos se transformou em um dos pontos turísticos da região.
José Praxedes foi o único pernambucano do Agreste Meridional que teve o privilégio de encontrar-se com o Papa João Paulo II em Manaus, quando o Santo Padre visitou o Brasil em 1980.
José Praxedes certa vez falou que não trocaria o Timbó e o seu povo nem pelas Sete Maravilhas do Mundo. O Sr. José Praxedes de Brito faleceu em em 1986.

CANÇÃO DO TRABALHO

José Praxedes de Brito

Trabalhai meus irmãos que o trabalho,
É riqueza, é virtude, é vigor;
Dentre a orquestra, da serra e do malho,
Brotam vida, cidade e amor;

Deus ti deu a missão tão honrosa,
No trabalho, na terra sem dor;
No trabalho, adquires furtunas,
Galhardão, de justiça, de amor.

Trabalhai com toda alegria,
Apanagio da vida e amor;
Construímos famílias alegres;
Na constância, saúde e vigor;

Salve o Deus, criador nas alturas;
Salve o homem, no justo valor;
Salve nós, a imagem de Cristo;
Salve o homem, o Deus redentor.

RESGATANDO A HISTÓRIA DE GARANHUNS


  • Na década de 40 foi realizada a primeira corrida de pedestrianismo de Garanhuns, com 15 voltas na Avenida Santo Antonio, foi organizada pelo grande desportista de nossa cidade Chico Leal (em memória), que foi um homem dedicado ao esporte em nossa cidade.
  • O Sr. Wilson da Mota Silveira, foi o maior fundador de bares e restaurantes em Garanhuns, sendo o principal "O Pilão de Ouro", onde exigia para sua clientela um verdadeiro museu que contava com exemplares de arma de fogo, arma branca, dinheiro em metal e cédulas entre tantos outros objetos. Durante os festejos carnavalescos, fantasiava-se de urso, isso por vários anos. No setor artístico, fez parte do Conjunto Musical "Os Tupinambás".
  • Garanhuns já exportou café para vários países do mundo.
  • Nós tínhamos em Garanhuns um excelente serviço de transporte aéreo e ferroviário.
  • A primeira Corrida da Fogueira, foi realizada no ano de 1967 com um percurso da Praça D. Pedro II, na Boa Vista, até a sede da AGA no bairro de Heliópolis.
  • Nossa cidade já teve um Hipódromo ou Prado que era muito conhecido em nossa região.
  • Na AGA ( Associação Garanhuense de Atletismo), já funcionou uma boate chamada "A Candinha?".(foto: Garanhuns ano de 1952 - Rádio Difusora: Locutor José Maria Azevedo, Pianista Ronaldo White e o Cantor José Maria Silva).

Sunday, April 29, 2012

UM PASSEIO PELA SOMBRA DAS ÁRVORES DO PARQUE RUBER VAN DER LINDEN (PAU POMBO)


Casuarina, Fícus-benjamim, Gameleira, Carnaúba, Mandacaru, Pitombeira, Umbuzeiro, Barriguda, Imbaúba, Jaqueira, Palmeira Imperial, Pinheiro do Paraná, Jambeiro, Paineira, Burra Leiteira, Uvaia, Pau Ferro, Canafístula, Catolé, Ipê Roxo(pau-d'arco), Mangueira, Ingá, Castanhola, Café, Bálsamo, Imbiratanha, Mamão Jaracatiá, Goiaba, Bordão-de-velho, Chorão, Ingazeiro, Sapoti, Oitizeiro,

20 ANOS SEM JOSÉ CARDOSO DA SILVA


Através desta postagem venho prestar uma homenagem ao ex-radialista, poeta e ao grande político José Cardoso da Silva(foto) de saudosa memória. Tive o prazer de no início da década de 90 ao lado de outros companheiros fundarmos o PDT jovem em Garanhuns.
Conheci um dos políticos mais populares e queridos de Garanhuns.
Abaixo em destaque a crônica do programa "Desfile das Cinco", programa que era apresentado por José Cardoso na antiga Rádio Difusora de Garanhuns, hoje Rádio Jornal.
Crônica apresentada no dia 02 de julho de 1957. Essa crônica foi narrada no mesmo dia da morte do nosso Bispo Dom Expedito Lopes.
CRÔNICA:
Existem ocasiões em que tudo recordamos... Sentimentos que surgem, que aparecem sem que o saibamos definir... Presos, quetos e mudos, vamos aos poucos revivendo toda a nossa vida passada, toda nossa ilusão do presente... Um olhar... Um sorriso... Um gesto... Uma frase que ficaram gravadas para sempre em nossa imaginação!... E por te querer tanto e por te amar demasiadamente, querida, é que sofro, padeço e soluço, com as tuas constantes recusas...
Toda música, mesmo contra a nossa vontade, marca uma época em nossa existência... Quer sejamos crianças, jovens ou velhos, os nossos ouvidos se prendem a algo emotivo que uma canção encerra... Os seus acordes, a sua música dolente ou os seus versos repletos de carícias, forçosamente, traz até nós, a doce recordação de um instante... E quantas e quantas vezes esta lembrança não nos é dolorosa? E como ela em muitas ocasiões nos traz recordações felizes!...
Escuta... Deixa que eu ouça silenciosamente esta melodia... Ela é tão bela e envolvente!... Algo em si, diz do meu amor, da felicidade que sinto e desta amizade que não se afasta do meu peito, um instante sequer... Muitas e muitas vezes, chego a desejar te esquecer...
Arrependo-me desta devoção fora do comum... Mas muitos se escoam, e com eles, logo aparece esta vontade férrea de sofrer por esta amizade que só me faz um grande sofredor...
Sonhos que se sucedem... Amarguras que se dissipam... Ilusões que surgem, tornando mais bela a vida... Tudo isto, amor, vêm a mim, por teu intermédio... Imerso na minha saudade, na tristeza que não me deixa e na recordação que me persegue, estou a relembrar sempre, a cada segundo, o bem que trouxeste, a mágoa que deixaste em meu peito... E como eu te amo e quero... E como eu te preso e venero...


Ten. Cel. Francisco Veloso da Silveira 5º Prefeito de Garanhuns



Em 10 de julho de 1904, ainda a "bico de pena", realizaram-se eleições para formação do quinto governo municipal, sendo eleitos os candidatos seguintes: para Prefeito o Ten. Cel. Francisco Veloso(foto), da Silveira, para sub-Prefeito, Manoel Bento Dantas e para Conselheiros Municipais: José Lourenço da Silva Zuza, Miguel Quirino dos Santos, João Francisco da Silva, João Veloso da Silveira, Francisco Peixoto Vilela, Joaquim Bahia de Melo e Cipriano Correia de carvalho.
Nesse governo, foi substituida a iluminação pública de lampeões de querosene por outra a carbureto em postes de madeira. Naquela época a Avenida Santo Antonio era servida por oito desses postes.
Também os reparos dos estragos causados pelas enxurradas, nos locais prejudicados, passaram a ser feito com pedras.

VELHO ONCEIRO


Dom Aquino Correia (em memória)

Fôra o rei dos onceiros, e trabuco
Era o seu nome, Mas ninguém diria
Do seu passado, ao vê-lo assim caduco,
A dormir e rosnar, sem serventia.
Se dentre o cheiro de algum acre suco
Da mata, o faro da onça ele sentia,
Saía e acuava, pobre cão maluco!
Ao pé de qualquer árvore bravia.
E o seu latido, na solidão do mato,
Tinha um quê de tão lúgubre e agoureiro,
Que parecia estremecer as flores.
Triste parecia estremecer as flores.
Triste de quem confiou no mundo ingrato,
E depois chora como velho onceiro,
As mortas ilusões dos seus amores!




O DIA QUE IVO AMARAL RECEBEU A MAIOR COMENDA MILITAR


O ex-prefeito de Garanhuns, e ex-deputado Estadual Ivo Amaral(foto), foi agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito Militar, no dia 19 de abril de 1996 Dia do Exército Brasileiro. A solenidade, foi realizada às 20 horas, nos Montes Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes.
A comenda, é a maior honra militar concedida a civis que se destacam por relevantes serviços prestados ao País. O Decreto Presidencial, foi datado do dia 26 de março daquele ano.
Estiveram presentes a solenidade, além de autoridades diversas, o vice-presidente, Marco Maciel, o Ministro do Exército, Gal. Zenildo Lucena, o Governador Miguel Arraes(em memória), o Comandante Militar do Nordeste, Gal, José Carlos Leite Filho e todos os comandantes de corporações militares nordestinas.
"O Exército Brasileiro, é uma das maiores reservas morais das instituições do País. Receber esta deferência, é como ser ratificado nas idéias e ideais", afirmou Ivo Amaral na época. "Para mim o gesto significa ainda, que sempre trilhei e continuo trilhando pelos caminhos certos da cidadania e da moralidade", concluiu Ivo Amaral.
O ex-prefeito garanhuense dedicou o prêmio, ao "Povo de Garanhuns" que segundo ele, divide este mérito, vez que foi esse mesmo povo que lhe deu oportunidade a exercitar sua cidadania e serviço público.
Uma justa homenagem ao homem e político Ivo Amaral pelo grandes serviços prestados à Garanhuns e a Pernambuco, um homem de visão administrativa.

Saturday, April 28, 2012

PROFESSOR MANOEL JARDIM 4º PREFEITO DE GARANHUNS




Para formar o quarto governo municipal em 1901 foram realizadas eleições tipo "a bico de pena"(Forma de eleição praticada na República Velha antes de 1930, cujo voto era aberto e não secreto, e havia controle dos caciques políticos sobre os eleitores), tendo sido eleito para o cargo de Prefeito o Professor Manoel Jardim(foto). O pesquisador Alfredo Leite Cavalcanti não fez referências aos demais candidatos por não encontrar a respectiva documentação.
Devido ao estado ruinoso em que se encontrava o antigo edifício do Paço da Câmara, construído em 1818, um dos atos desse governo foi adquirir, por compra, ao Sr. Belarmino da Costa Dourado, um prédio que lhe servia de armazém de cereais e reconstruí-lo, adaptando-o para a Prefeitura Municipal.
Nesse governo foi criada a segunda escola municipal de curso primário e inaugurado o primeiro serviço de iluminação pública, composta, aproximadamente, de quarenta lampeões a querosene, pendurados nas esquinas das ruas e becos da cidade. Com a realização dos melhoramentos urbanos se verifica a melhoria das rendas do Município, que antes mal chegavam para, de tempos em tempos, a destruição dos matos da cidade.(fonte: Livro "História de Garanhuns" de Alfredo Leite Cavalcanti).

A FEIRA, O MENINO E O TEMPO


Alice Souto Dourado (em memória)

À memória de Pipe, meu irmão, que amou e serviu sua terra, sem nada pleitear.

Nos meus olhos tão cançados de repente desejei
fruir nos campos vividos a renda que ali traçei,
e de súbito me vi repensando minhas vias,
renasciam em mim os meus caminhos perdidos:
A feira de Garanhuns de antigamente,
com suas negras do Castainho vestidas de branco,
vendendo tapioca, cuscuz e beiju,
velhos pregões enchendo de sons a manhã friorenta,
agarrados às violas enfeitadas de fitas;
e "Doze Anos", - a princesa africana
com saia engomada adornada de fitas,
à cabeça a tiara de espelhos e na mão maracá,
- símbolo real de princesa negra da antiga Luanda,
que o lápis mágico de Luis Jardim tão bem fixou.
Revi as matutas das feiras passadas,
canhestras, bisonhas, vestidas de chita
e as barracas de palha, capilé e batida
e os amores fortuitos de "jacaré"...
Feira de Garanhuns de antigamente
com flores e frutos respirando madrugadas,
crisântemos dourados, gerânios sangrentos
e frágeis rosas desfolhadas ao vento;
ingás, pitangas, os cajus, piris e araçás,
frutas de crianças correndo na rua,
e a farinha branquinha que entre meus dedos
chovia, nos rústicos sacos jogados no chão,
e as bruxas de pano de pernas inteiras
de olhos de retrós e bocas vermelhas
que tive em meus braços e acalentei...
Que linda e bizarra então era a feira!
Abanos, chapéus de palha, peneiras,
candeeiros de lata e aguidás de madeira,
cavalos de barro, colheres de pau, esteiras
e os matutos cortando os cabelos na feira.
Era um mundo de cousas jogadas ao léu;
pilão, arreios, rolos de fumo, facão,
gaiolas de pássaros azuis e amarelos
enchendo de cantos a manhã que sumia
e no meu coração pequenino batia, batia!

Quem me dera voltar a antiga feira
e de lá tirar uma bruxa de pano de pernas inteiras,
de olhos de retrós e boca vermelha!
Feira de Garanhuns de antigamente,
da rua do Comércio "fervendo" de gente
e daquela menina de olhar espantado,
de cabelos louros e rosto rosado
que o tempo sorveu na sua empulheta
para nunca mais voltar.
Euclides da Costa Dourado que foi prefeito de Garanhuns em 1925, era o pai de D. Alice Souto Dourado (Alicinha), José Maria Dourado(Pipe) e do ex-prefeito e ex-deputado Luiz Souto Dourado.
Pipe Dourado foi Advogado, Jornalista, enveredou para o setor imobiliário, construindo mais de uma centena de casas, todas em estilo moderno, no bairro de Heliópolis, com recursos da C.E.F.
(foto: Parque Euclides Dourado homenagem ao ex-prefeito Euclides Dourado).

LAURO CYSNEIROS: O POETA QUE CANTOU E DECANTOU GARANHUNS


Lauro de Alemão Cysneiros(foto) nasceu na cidade de Nazaré da Mata, onde fez os estudos preparatórios e foi nomeado mais tarde funcionário público estadual pelo então Interventor Estadual Agamenon Magalhães.
Em Nazaré da Mata, o poeta Lauro Cysneiros compôs os primeiros versos. Lauro era poeta dos versos doces, sua poesia destinava-se a investigação e admiração da Natureza. Ele foi um decantador das rosas.
Naquela época o país vivia em um regime ditatorial, onde tudo era resolvido à moda Vargas. Celso Galvão era interventor de Garanhuns e precisava de um funcionário de confiança para ajudá-lo na administração.
Lauro Cysneiros foi escolhido por Agamenon o homem de confiança para Celso Galvão. Por força de um ato governamental Lauro de Alemão Cysneiros veio parar na "Terra das Sete Colinas".
Foi aqui, onde o poeta manejou sua lira e em forma de geografia poética cantou e decantou Garanhuns.
Como funcionário público soube muito bem cumprir com o seu dever. Foi amigo de todos os seus colegas de repartição, chegando, pela confiança que tinha, assumir temporariamente as funções de prefeito. Lauro amou todas as profundezas da alma.
Como o lírio que cresce, floresce e depois as pétalas caem sobre o mesmo solo que as fez brotar, o nosso poeta teve sua saúde ameaçada, e por isto foi obrigado deixar o solo abençoado de Garanhuns, como ele mesmo disse em versos, passando a viver na capital do Estado. A doença impiedosa não dava trégua ao poeta. Mesmo doente não ficou impedido de continuar a fazer lindos versos, entretanto obrigava-se a fazer transparecer pinceladas tristes.
Ele mesmo fotografava nas suas últimas composições a imagem cruel da morte que não lhe deixava um só momento.
Lauro Cysneiros muito falou em versos no pôr do sol de Garanhuns!
No pôr do sol do dia 27 de dezembro de 1981, o nosso poeta deu seu adeus.
UMA CARTA

Lauro Cysneiros

(Ao amigo Ednaldo Alves, Linotipista de "O Monitor", em maio de 1980)

A tua carta trouxe-me saudade
Daquele tempo que eu aí vivia...
Nesse ambiente de tranquilidade,
Que nunca mais retorna à luz do dia.

Li tua carta. Com sinceridade:
Vi, quando a mesma atentamente lia,
A imagem viva da fraternidade
Amenizada a minha nostalgia.

Hoje, distante dessa amável gente,
Do o monitor... De todo esse ambiente...
Que alívio que nos vem, quando o correio,

Alvissareiro, bate-nos à porta,
E uma carta nos vem e nos conforta,
Como esta agora confortar me veio.
(fonte:Matéria do Profº José Rodrigues da Silva,"em memória" para o Jornal O Monitor).

CURIOSIDADES SOBRE O PALÁCIO CELSO GALVÃO (PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS)


Foi construído na administração do Prefeito Celso Galvão sendo inaugurado em 8 de junho de 1943, foram gastos na obra da construção o valor de Cr$ 535.754,90. Causou muita admiração por ter sido uma importância relativamente baixa.
Na torre do prédio, um relógio com mostradores em losango, adquirido no Rio de Janeiro, aos relojoeiros "Jacques Perret & Cia".
Ao lado do Palácio temos a árvore "Cedro Rosa", que serviu como caibro do andaime da construção e que foi declarada como Patrimônio Histórico de Garanhuns, desde 1982.
Detalhes da Portaria:
A árvore Cedro Rosa(Cedrela Glaiiovii, DC4), existente no Jardim do Palácio Celso Galvão(Prefeitura Municipal de Garanhuns), que a mesma foi declarada Patrimônio Histórico de Garanhuns. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal(IBDF), através de portaria o Instituto declarou "imune de corte a árvore Cedro Rosa).
No artigo 2º da Portaria diz que o desrespeito dessa ordem "constitui contravenção penal com punição prevista da Lei 4 771/65(Código Florestal).
A árvore Cedro Rosa(foto) é Patrimônio Histórico de Garanhuns, conforme Proc. MA-IBDF-DE-PE, nº 395/82.
No início o prédio abrigou todas as atividades da administração do município, também Câmara de Veradores, escola de bordado e biblioteca.
Em sua inauguração em 1943, estiveram presentes o Ministro da Guerra Eurico Gaspar Dutra, o Interventor Federal no Estado, Agamenon Magalhães, o Comandante da 7ª RM, General Newton Cavalcanti, o Comandante da 2ª Zona Aérea, Brigadeiro Eduardo Gomes, e o Inspetor do 1º Grupo de Regiões, General Lúcio Esteves.
O Palácio Celso Galvão na época tornou-se um orgulho para Garanhuns sendo muito visitado e admirado.(fonte da pesquisa: Jornal "O Século" e arquivo pessoal).

FATOS NA POLÍTICA DE GARANHUNS


Foto no aeroporto de Garanhuns, quando o Dr. Celso Galvão seguiu para o Rio de Janeiro (era prefeito de Garanhuns) a fim de ser submetido a uma cirurgia no ano de 1954. Naquela época, o vice-prefeito de Garanhuns era o Cel. Figueira, que não assumiu a prefeitura por ser candidato ao Executivo local. Por isso, Aloísio Pinto, que era o Presidente da Câmara, assumiu a prefeitura por dois meses, fazendo uma boa administração que o credenciou para mais tarde sair candidato a prefeito, como de fato aconteceu, vencendo Abdias Branco, na luta pelo voto.(foto: Da esquerda para a direita: Antônio Andrade, Dr. Luiz Andrade, Aristino de Barros Correia, José de Souza(funcionário da prefeitura), Abdias Branco, Ulisses Pinto, Francisco Guimarães Fernandes(funcionário da prefeitura), Dr. Celso Galvão, D. Silvia Galvão esposa do Dr. Celso Galvão; Graciliano Paiva de Melo, Escrivão de polícia da delegacia local; Elisa Miranda, mãe de D. Sílvia Galvão; Elvécio Espinhara, Anita Pinto, esposa de Aloísio Pinto; Geraldo Calado, Marina Pereira Branco, funcionária da prefeitura; Miguel (funcionário da prefeitura); e Aloísio Pinto que assumiu a prefeitura naquele dia.

ZÉ CASTOR: O CASAMENTO DO SAPO COM A GIA

Friday, April 27, 2012

SERAPIÃO NO PAU POMBO E VILA REGINA EM GARANHUNS


Quando chegou em Garanhuns por volta de 1908 Serapião gostava muito dos lugares poéticos da vadiação de criança, principalmente do Pau Pombo e Vila Regina do Paula Lopes. Recantos que tinham as suas características distintas, embora vizinhos, os mais pitorescos da cidade. Com a sua água magnifica, que abastecia toda a zona urbana, com seus banhos públicos em bicas de uma água sempre gelada e com as lavadeiras alegrando o Pau Pombo. Elas eram as mais conhecedoras da vida íntima dos hotéis, pensões e até dos seus patrões e dos políticos também.
Pagavam-se cem réis, ou um tostão como se dizia, por cada banho, em banheiros limpos e sempre bem caiados. Também ali iam as famílias, como esporte ou como atraente passeio, acompanhadas de veranistas. Aos domingos os banhos começavam às cinco horas da manhã.
Na Vila Regina, já aquela hora, estava o Paula Lopes, sempre muito bem vestido, lendo seus romances. Pouco conversava, mas observava muito as suas roseiras e o bom comportamento dos banhistas. Serapião acostumara-se com o pai aos banhos madrugadores, ou logo após à primeira missa. Cada banhista levava a sua toalha, sabão em um estôjo, e uma garrafinha para fechar o corpo. Mas enquanto aguardavam a sua vez, os banhistas davam um passeio por aqueles lugares pitorescos. O Parque da Vila Regina estava sempre muito bem cuidado, com uma variedade de crótons e outras plantas ornamentais. As senhoras preferiam um passeio até o Pau Pombo para conversarem um pouco com as lavadeiras, e saberem quais as novidades da terra...
As mais irreverentes da terra plantavam as suas barricas e junto colocavam uma tábua para bater a roupa. Eram dezenas de barricas colocadas em meio de um círculo, em espaços iguais entre uma e outras. E ai daquele que tocasse numa das barricas de bacalhau norueguês... As línguas eram afiadas. Muita roupa suja dos políticos foram bem lavadas, muito fuxico bem alinhavado, muitas horas de arregaço.
As lavadeiras mais moças batiam a roupa cantando modinhas do norte, algumas gostavam de uma reza de igreja, ou um côco sertanejo.
As obreiras mais avançadas na idade, com o seu cachimbo de um lado da boca, gostavam de fazer um mexerico inocente, contando o que sabiam da vida particular dos maridos das senhoras bisbilhoteiras. Segredos íntimos eram por elas dissecados e postos a pratos limpos. Esclarece Serapião, com certa malícia, que sempre ouviu dizer que no Pau Pombo os banhos as vezes, rendiam muito tempo e conversa.(foto: desenho de Ruber van der Linden, para o Almanaque de Garanhuns de 1937. Serapião foi por mais de dez anos Sacristão da Matriz de Santo Antonio).

CASTELINHO


Profº Ívison dos Passos Martins

Se não era de areia,
Porque desmoronou?
Não foram os cruzados,
Nem mesmo um soberano
de terras distantes
Que o reduziram
a um montão de escombros,
Tampouco foram as ondas do mar,
Nem o vento impetuoso
Que o levaram embora.
Infelizmente, alguém pisou no castelinho,
apagando parte de nossa história.
Só me resta, agora,
munido de meu baldezinho
carregado com a areia da memória,
misturada com as águas das lágrimas,
que por ele derramei, reconstruí-lo
em minha praia de lembranças.

(Pisaram no Castelinho entre 1993 e 1996).





1ª IGREJA PRESBITERIANA DE GARANHUNS



A Igreja(foto) foi criada no dia 22 de janeiro de 1900, através de uma Comissão nomeada pelo Presbitério de Pernambuco a qual foi composta pelo Reverendo Juventino Marinho Presidente; Rev. W. C. Porter e do Presbítero Regente Miguel dos Anjos Pereira, da Igreja de Areias no Recife.
Ata da criação da 1ª Igreja Presbiteriana de Garanhuns:
"Ata da Organização da Igreja de Garanhuns. A Comissão nomeada pelo Presbitério de Pernambuco para organizar a Igreja de Garanhuns, composta do Rev. Juventino Marinho da Silva, Presidente, do Rev. W. C. Porter e do Presbítero Regente Miguel dos Anjos Pereira, da Igreja de Areias, reuniu-se na cidade de Garanhuns, na respectiva Igreja no dia 22 de janeiro de 1900, às sete horas da noite.
Serviu de Secretário ad hoc o Rev. W. C. Porter. Leu-se parte das Escrituras e cantou-se um hino. Depois o Presidente anunciou que a Comissão verificou que havia no rol dos membros, em plena comunhão, 68 adultos e 27 menores batizados. Sendo os adultos os seguintes: Joaquim Arcelino de Mello, Francisca Farias de Mello, Josefa de Mello, Leopoldina de Melo, Emília Farias, Adelaide Farias, Jacinta de Mello, Lúcia Cardeal, Francisco Gueiros, Jerônimo da Silva Gueiros, Antônio da Silva Gueiros, Amélia da Silva Gueiros, Francisco Gueiros Júnior, Maria Gueiros, Amélia Gueiros, Leonília Gueiros, Manoel de Carvalho, Clarindo Gueiros, Tereza Gueiros, João Fragoso, Maria Fragoso, João Cândido Mota, Laudelina Mota, Joana de Godoy, Juvêncio de Godoy, Manoel Ramiro, Francisco C. Furtado, Soriano Furtado, Crescêncio Furtado, Maria Furtado, Maria C. Furtado, Fausta Furtado, Quitéria Furtado, Ernestina Gueiros, Emília Gueiros, Maria Oliveira, Ernesto Gueiros, Bernardino Epifânio, José Cardoso, Maria Cardoso, Izidoro de Melo, Maria de Melo, Thedora da Silva, João da Silva Gueiros, Rita de Resende, Águida Benevides, Benjamin de Oliveira, Josefa Maria da Conceição, Macário Rodrigues de Lima, Maria Pinto Gueiros, Pedro Paes Cavalcante, Rosa Cândido da Motta, Margarida Guilhermina de Azevedo Mello, Miguel Correia Vilela, Marcelina Maria dos Santos, Maria Rosa de Barros, Manoel Francisco da Silva Vicente Alves de Barros, Tereza Maria de Jesus, Rita Francisca da Silva Gueiros, Maria Conceição da Silva, Luíza de Mello e Silva, Lourenço de melo Cavalcante, Luiz Paes de Lyra, José de Mello Cavalcante, João José dos Santos, Joaquim de Barros e Silva; em seguida procedeu-se a organização da Igreja, tendo os membros pactoado solenemente em constituir-se em Igreja, tudo conforme estatue a nossa constituição.
Logo após foram eleitos os presbíteros regentes os Senhores Antônio de Carvalho Silva Gueiros e Jerônimo da Silva Gueiros. Também foram eleitos diáconos os Senhores, João Fragozo e Soriano de Carvalho Furtado.
Estando a hora já adiantada o Presidente depois de exercícios religiosos declarou suspensos os trabalhos para o dia seguinte as sete horas da noite. A comissão reuniu-se no dia seguinte, 23, às 7 horas da noite depois do culto, foram solenemente ordenados e instalados os supraditos oficiais. Em seguida foi encerrada a Sessão com a bênção apostólica.
Garanhuns, 23 de Janeiro de 1990.
W. C. Portes - Secretário".
A comunidade foi organizada em Igreja à 22 de janeiro e o Colégio Presbiteriano 15 de Novembro foi inaugurado no mesmo ano. Ensino e Religião de mãos dadas para servir a Deus e o país.

FOTO MEMÓRIA: TEMPOS ÁUREOS DO ESPORTE EM GARANHUNS


A foto mostra a Diretoria do Esporte Clube de Garanhuns, quando o mesmo era coqueluche de nossa cidade, com homens de primeira grandeza nos tempos áureos do esporte em 1926.
Da direita para a esquerda em pé, Antônio Brasileiro (ex-prefeito), Francisco Leal, Pedro Firmino, Dr. Ivo Rangel, Dr. Hibernon Wanderley: sentados, Joaquim Leal (irmão de Francisco Leal), Francisco Dantas, Dr. Luiz da Silva Guerra (ex-prefeito de Garanhuns), Agripino do Rego Barros (irmão do Dr. Godofredo de Barros) e Manoel Cipriano.

Thursday, April 26, 2012

FRANCISCO VELOSO DA SILVEIRA 3º PREFEITO DE GARANHUNS

Em 10 de setembro de 1898 foram realizadas novas eleições para a formação do terceiro governo municipal.
Após apuração teve o seguinte resultado: para Prefeito o Tenente Coronel Francisco Veloso da Silveira 558 votos, e o Alferes Joaquim Correia Brasil Junior, 131 votos; para Sub-Prefeito: Joaquim Firmo da Silva Viana, 558 votos e Francisco Luiz Pereira de Melo 131 votos. Para Conselheiros Municipais, Miguel Quirino dos Santos, João Francisco da Silva, Joaquim Rodrigues Carrapateira, Joaquim Bahia de Melo e Américo Firmo de Barros, 421 votos cada um; Tomaz Lopes de Aquino, 347 votos, Antonio Paes da Silva Rosa, Joaquim Alves Barreto Coelho, Joaquim Antonio de Araujo, Francisco Alves Cordeiro, Antonio de Moraes Campelo, Laurindo Bezerra Vanderlei, Manoel Bezerra Vanderlei e Otávio Alves da Silva Rego, 131 votos cada; Manoel Correia de Souza e Francisco Peixoto Vilela, 211 votos cada um; Agostinho Quirino dos Santos, Manoel Rodrigues da Silva e Herculano de Barros Silva, 75 votos cada um.
A ala da oposição, depois da derrota sofrida nas eleições para a formação desse terceiro governo, tornou-se inativa.

ARREBOL DA VIDA


Lauro Cysneiros

Esse arrebol da vida, que me apanha
Cheio de mágoas, cheio de tristeza,
É o derradeiro adeus que me acompanha
Na languidez da minha natureza!...

Multiplicam-se as dores, quando a sanha
dos males nos inflige mais rudeza...
Na anfractuosidade da montanha,
As águas desenvolvem mais destreza...

Assim todas as dores acordaram,
E todas as tristezas despertaram,
Ao desamor da minha vida solene...

Somente a issolação, hoje, me assiste,
Nessa tristeza imensidade triste,
Onde se embala a imagem da saudade!...

Esses versos foram um dos últimos feitos pelo Poeta Lauro Cysneiros antes de sua partida em 27 dezembro de 1981.
Fica nossa homenagem ao Poeta e ao Repórter Thiago Correia pela passagem do 4º aniversário de sua morte.

CURIOSIDADES NA POLÍTICA DE GARANHUNS


Entre 1969 e 1973 o Sr. Luiz Souto Dourado foi o prefeito de Garanhuns. 77 anos atrás em 1892 o primeiro Prefeito de Garanhuns Republicana foi o seu avô, o Major da Guarda Nacional Antônio da Silva Souto. Seu pai Euclides Dourado foi Prefeito de Garanhuns em 1925. O seu tio Antônio da Silva Souto Filho (Soutinho), foi Prefeito em 1929.
Luiz Souto Dourado também foi Deputado por três mandatos.(foto: panfleto usado na campanha do candidato Luiz Souto Dourado em sua campanha à Deputado Estadual).

"DOUTOR JEITOSO" O FILÓSOFO DE GARANHUNS!



O sr. Manoel de Lima dos Santos, era conhecido em nossa cidade por Dr. Jeitoso, porque vivia às custas dos perdidos e dos quebrados e trabalhava como operador de guarda-chuvas como o mesmo gostava de falar.
Dr. Jeitoso relatou alguns pontos de sua Filosofia em agosto de 1971 ao repórter Nizaldo Moraes.
Eles me chamam de Dr. Jeitoso porque eu vivo nesta cidade à custa dos perdidos e dos quebrados. Sou operador de guarda-chuvas. Chuva, Sol e Sereno. Três naturezas num corpo só. Chamou todo mundo atenção! E a natureza é quem se encarrega de falar para todo mundo conhecer um homem preparado em letras apagadas. Eu para estudar não comprei livros nem fui em escola, porque já vivo na escola que é o mundo e o professor só tem um que é Deus.
Na terra todos são discípulos e a gente nunca acaba de aprender. Tenho 72 anos e ainda estava de comer uma papa de leite todo dia, mas não posso comer porque faço o serviço, fica impancado, o povo não vai ver, não recebo dinheiro e passo até privação.
CANDIDATO:
Eles quiseram que eu fosse prefeito de Frexeiras mais eu não pude ser porque os votos foram poucos.
Quero ser o que sou, um artista, um operário que vive dentro da cidade a custa dos quebrados e dos perdidos.
VOLTA À ORIGEM:
Eu vim da terra e volto para a terra. Porque tudo é da terra. Porque a terra cria e a terra come, porque tudo é dela. E eu penso que ninguém pode desaprovar essas palavras.
A CIDADE:
Eu nasci e me criei nessa terra. Conheci Garanhuns muito arrasada e hoje está uma cidade muito elevada. Está ficando muito bonita. Mas tem tanta gente parada! E o negócio de estar parado não dá certo tem que estar fazendo alguma coisa. É preciso arranjar trabalho para esse povo.
CERTO OU ERRADO?
Uns dizem que está certo, outros dizem que está errado.
É uma confusão tão grande que há no mundo! O que está errado são aqueles que não estudam, porque é do estudo que parte tôda riqueza.
TRABALHO:
O trabalho que me deram eu quero ganhar dinheiro. Já estou um pouco maduro. Não faço bondade para trabalhar, porque a caneta que o meu pai me deu para eu estudar foi uma enxada. Foi quando vi fartura em casa.
JOGADOR OU ASTRONAUTA?
Meu amigo, jogador eu não queria ser não. Podia ir a lua, porque quem é que não tem gosto de dar um passeio!
MODA:
A mini- saia é por causa da fazenda que está fazendo. As meninas de hoje estão fazendo uns vestidinhos muito curtos para acompanhar a moda. Se comer não veste e se vestir não come. De mini-saia, cai uma moça aí na cidade...
não dá certo.
CIÊNCIA:
A ciência do cinzeiro é que tudo tem que virar cinzas. São três pontos que o cinzeiro tem. Um, dois, três! A fé, a esperança e a caridade. O pobre nasceu na fé, viveu na esperança e morreu na caridade. São três naturezas que abalam o mundo. Deus, o homem e a terra. Porque é da terra que vem toda natureza.
MAGOA:
Não posso mais trabalhar nas indústrias porque vou trabalhar e dizem: tá velho. Mas velho precisa, velho tem família, velho tem obrigação.
É preciso todos compreenderem. Mas compreender não é para todo mundo. É um dote que Deus dá.
MENSAGEM FINAL:
Muito obrigado pela delicadeza de deixar dar uma fala aqui no seu gravador para o povo ir compreendendo a inteligência do matuto.
Que eu sou um matuto, mas matuto inteligente e ninguém pode dizer que não seja. E meu professor é Deus e a minha escola é o mundo. O mundo é uma escola e só não aprende quem não tiver cabeça.

Doutor Jeitoso nasceu no Papa Terra, 1º Distrito de Garanhuns, no dia 6 de setembro de 1899, faleceu às 8 horas do dia 6 de fevereiro de 1986. Foi uma figura muito popular e querida em nossa cidade.

"SAUDADE DE GARANHUNS"


Arthur Brasiliense Maia

Saudade! Brejo das Flores
Quilombo, Várzea, Jardim
Magano dos meus amores,
de olhar fito sempre em mim!

Saudade! Minha alma em pranto
as dores que, em vão chorei,
és a alma triste do canto
que na infância soletrei.

Mundaú, belo e florido
Cego, Araçá, Taquari,
gruta d'agua onde o gemido
triste ouvi do juriti.

Saudade, minha saudade...
Oh! Não me abandones, não!
encenas a imensidade
do meu pobre coração!

Os meus passeios à tarde
pelos sítios, pelo mato,
nessa hora em que o sol não arde,
e doce canta o regato.

Saudade, por que me deixas
sozinho, a chorar em vão?
Sê testemunha das queixas
do meu pobre coração!

Saudade todo esse belo
idolatrado rincão
Saudade, Pau Amarelo!
saudade, meu coração!

Arthur Brasiliense Maia era considerado
o príncipe dos poetas de Garanhuns.

MONUMENTO À INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


Fica localizado na Colina do Ipiranga, foi construído para homenagear o Centenário da Independência do Brasil, sendo projetado pelo Sr. Ruber van der Linden e inaugurado na administração de Prefeito Euclides Dourado no dia 7 de setembro de 1923.

Wednesday, April 25, 2012

RECORDANDO O CENTENÁRIO DE GARANHUNS: 1879-1979



ENTREGA DAS MEDALHAS DO CENTENÁRIO DE GARANHUNS

Ocorreu no Salão Nobre do Palácio Municipal Celso Galvão, às 10 horas do dia 30 de dezembro de 1979, ainda em comemoração às festas centenárias de Garanhuns, uma Sessão Solene, com a finalidade de entrega de 32 Medalhas do Centenário outorgadas pelo Executivo através de Decretos.
A mesa dos trabalhos ficou assim constituída: Prefeito Ivo Amaral(foto) que presidiu a solenidade, Dr. José Tinoco Machado de Albuquerque, Secretário do Trabalho e Ação Social do governo representando o Governador Marco Antônio Maciel, Vereador Audálio Ramos Machado, representando da Câmara Municipal de Garanhuns, Ten. Cel. José Maria Aragão Sabino, Comandante do 71º BI Mtz, Professor Erasmo Vilela, Presidente da Comissão dos Festejos do Centenário, Dr. Guido Chaves Feitosa da 3ª Vara Criminal e o Professor Jaime Pinheiro, Secretário de Planejamento do Município.
Depois da leitura das pessoas agraciadas através do Radialista Solon Gomes, falou naquela Sessão o Professor Erasmo Vilela, historiando a criação de Garanhuns, desde seus primórdios e o significado de todas as festividades, bem como as atividades da COCEN que foi presidida pelo orador.
Em seu discurso elogiou o Prefeito deste Município, Sr. Ivo Tinô do Amaral, além dos Srs. Edson Dourado, Asnar Valença e Jaime Pinheiro, e registrou na sua oratória, palavras do sociólogo Gilberto Freire.
Aplausos ocorreram pela oração do Diretor da Faculdade de Filosofia.
Em seguida, o Prefeito Ivo Amaral foi chamando as pessoas, a fim de entregar a cada uma as medalhas e os Diplomas do Centenário. Algumas justificaram suas ausências.
O Sr. Ivo Amaral, fez importante pronunciamento , dizendo do sentido daquela solenidade, fazendo um relato das atividades da COCEN, elogiou sem dizer, todas as pessoas agraciadas com as Medalhas e Diplomas. Falou a respeito de sua vida pública como Vereador, Vice-Prefeito e atualmente como Chefe do Executivo Garanhuense. O discurso do Prefeito do Centenário foi muito aplaudido.
A Banda Municipal Manoel Rabelo, através do Maestro Wilson Alves encerrando a solenidade, tocou o Hino Nacional.
Muita gente assistiu a bela e significativa sessão tendo uma delas caido de sua cadeira, naturalmente pelo entusiasmo e vibração existente naquele momento.
A Rádio Difusora transmitiu os acontecimentos festivos.
A reportagem anotou as presenças das seguintes pessoas entre outras inclusive das agraciadas: Profº Gonçalves Dias, Alberto Lino Carvalho, José Maria Costa, Manoel Correia dos Santos, Anália Santos, Asnar Valença, Antonio Miranda de Lima, Eutíquio Torres Calazans, Ciro Ferreira Costa, Manoel Teles Furtado, Antônio Sarmento de Pontes, José Florêncio, José Rodrigues (Diretor do Jornal "O Monitor"), José Freire, Severino Albino, Dr. Paulo Tavares Correia, Profº Evanderly Costa, José Neto, Rubens Barros Correia, Advogado José Francisco, Dr. Othoniel Gueiros, Moisés Leão, Ulisses Pinto, Daví Lima, Adelson José Costa Silva, Profº Jonas, Dr. Petrônio Fernandes, Jaime Pincho, Antonieta de Oliveira Santos, Vereador José Ferreira Filho, Júlio Barbosa, Dr. Jurandy Pessoa de Araújo, Waldemir Carvalho, Profº Luiz Henrique de Almeida, Osmundo Maia de Lima, Dr. José Inácio Rodrigues, Dr. Luiz de Luna Almeida, Vereador Jurandy Batista de Morais (Brejão). Muito dessas pessoas compareceram com suas esposas.
Obs. Os nomes grifados foram os que receberam suas medalhas. O Profº Erasmo Vilela e o Jornalista Ulisses Pinto, representaram respectivamente, o Dr. Antonio Figueira e a Sra. Anita de Siqueira Pinto viúva do Sr. Aloísio Souto Pinto, ex-Prefeito do Município.(fonte: Jornal O Monitor).

ULISSES PINTO: O JORNALISTA DE GARANHUNS


Ulisses Peixoto Pinto Filho(foto), nasceu na Praça Jardim, numa casa que hoje está localizado o Hotel Ipanema no centro de Garanhuns, no dia 24 de março 1925. Sua primeira professora foi a Sr. Elisa Coelho, que hoje dá nome a uma escola em Garanhuns. Filho de Ulysses Peixoto Pinto e Felícia Souto Pinto. Era casado com Maria do Socorro Mendes Pinto.
O jornalista Ulisses Pinto publicou o seu primeiro artigo em 1942 com apenas 17 anos de idade, com a crônica intitulada "Em Guarda, Soldado do Brasil". Estávamos vivendo a segunda guerra mundial e o jornalista já naquela época se mostrava consciente dos fatos que se desenrolavam na Europa com repercussão em todo mundo. A partir daí não parou mais escrevendo para vários jornais da cidade e da capital do Estado. Colaborou com o Jornal Pequeno, Garanhuns Jornal, A Gazeta, Jornal Cidade, Correio Sete Colinas e com O Monitor, que durou 70 anos e do qual chegou a ser vice-diretor, numa das gestões do Prefeito Ivo Amaral.
O maior furo de reportagem do Jornalista Ulisses Pinto, aconteceu em 1957, quando o Padre Hosana de Siqueira assassinou a tiros o Bispo Dom Expedito Lopes. Ele cobriu o fato e seus desdobramentos e mandou as notícias para o Diário de Pernambuco, que publicou tudo em destaque, com grande repercussão.
Um fato curioso dessa história: o então repórter conseguiu encontrar a cápsula da bala que matou o líder religioso e guardou esse objeto consigo até o final da vida.
Sempre presente aos acontecimentos políticos e sociais de Garanhuns, Ulisses Pinto teve sua luta reconhecida ainda em vida. Ao longo desses 84 anos, colecionou as mais diversas homenagens, tendo recebido títulos e diplomas diversos da Câmara Municipal, do Poder Executivo, de entidades como Rotary e Lions, e principalmente do Exército Brasileiro, a quem devotava verdadeira paixão. Dentre as muitas comendas, recebeu do 71º BI as medalhas do Pacificador e do Mérito Militar, além da medalha do Centenária de Garanhuns, dada pelo prefeito da época.
Ulisses Pinto faleceu numa segunda-feira, 20 de julho de 2009. Sendo sepultado na terça-feira no cemitério de São Miguel, no bairro da Boa Vista.
A pedido do próprio Ulisses Pinto, foi velado na Câmara Municipal, por onde passaram muitos amigos para lhe fazer as últimas homenagens. O Exército, através do 71º BI, esteve presente tanto na vigília feita no prédio do Legislativo, quando no local em que foi enterrado, dando todas as honras a quem sempre prestigiou a instituição militar.
Irmão do ex-prefeito e ex-deputado Aloísio Souto Pinto, Ulisses tinha gosto pelas coisas políticas e no seu trabalho em diversos jornais de Garanhuns e da capital sempre registrou os fatos envolvendo campanhas eleitorais, escolhas de secretários, atos dos prefeitos de toda região, desavenças e alianças entre caciques da UDN, PSD, PTB, MDB, ARENA, PDS, PMDB, PT, PDT e principais partidos que fizeram e fazem parte do País. Governista, o velho decano sempre esteve próximo aos que ocuparam o Palácio Celso Galvão.
Esteve com o irmão Aloísio, com Amílcar Valença, Ivo Amaral, José Inácio, Bartolomeu Quidute, Silvino Andrade e por último Luiz Carlos de Oliveira. Fez suas opções políticas sem construir inimizades.
O jornalista Ulisses Pinto teve um sepultamento com honras de chefe de Estado. No cemitério de São Miguel, o seu cortejo foi acompanhado por muitos amigos, autoridades, colegas de profissão e uma representação substantiva do Batalhão Duarte Coelho, que representa o Exército brasileiro em Garanhuns, estando presente também a Banda de Música do 71º BI.
Antes da despedida ao velho homem de imprensa, a Banda do 71º BI executou o Hino Nacional, cantado por milhares de pessoas que estavam no cemitério da Boa Vista.
Houve ainda salva de 21 tiros e depois os músicos ainda ficaram executando marchas fúnebres, emocionando ainda mais aos que foram dar adeus ao jornalista.
Antes, na Câmara Municipal, onde o corpo foi velado por mais de 15 horas, pessoas de destaque na sociedade local usaram da palavra para homenagear Ulisses Pinto. O Presidente da Academia de Letras de Garanhuns, João Marques, destacou o trabalho do profissional nos jornais da cidade, lembrando que ele também era um dos imortais do município.
O radialista Rossini Moura (em memória), num pronunciamento emocionado, recordou a trajetória do jornalista e companheiro, registrando que ele foi responsável pela formação de muitos repórteres e colunistas que nasceram depois. "Ele ajudou muitos", chegou a proferir Rossini, com o seu forte timbre de voz, admirado por tantos. O jornalista Ulisses Peixoto Pinto Filho faleceu com 84 anos.(fonte: jornal Correio Sete Colinas).

Garanhuns e seus talentos: kátia França (em memória)

GARANHUNS SEDIARÁ BIENAL DO LIVRO


Garanhuns sedia entre os dias 9 e 16 de setembro, a primeira edição da Bienal Internacional do Livro de Garanhuns. A ação é fruto de parceria firmada entre a Prefeitura de Garanhuns, através da secretaria de Educação, e as empresas ANDELIVROS e IT Comunicação.

Tuesday, April 24, 2012

TÚNEL DO TEMPO



Rua da Aurora em 1930 - Igreja Presbiteriana inaugurada em 1900. No alto primeiras construções do Bairro da Boa Vista e a Igreja de São Sebastião inaugurada em 1922.
Hoje Rua Barão do Rio Branco.

ACADEMIA DE LETRAS DE GARANHUNS


A Academia de Letras de Garanhuns(foto) foi fundada em 4 de fevereiro de 1978, aniversariando sempre no mesmo dia do nosso município.
A entidade cultural foi fundada por um grupo de intelectuais da cidade, exatamente quando a terra das sete colinas vivia as comemorações do seu centenário.
A primeira Diretoria da Academia de Letras foi composta pelo Presidente o Dr. Rilton Rodrigues da Silva e como vice o Jornalista Humberto de Moraes. Também integraram a entidade o Professor Antônio Gonçalves Dias, o Juiz Aurélio Muniz Freire, Professor Maurilo Matos e o Tabelião João Calado Borba.
O Prefeito de Garanhuns em 1978, Ivo Amaral, presidiu os trabalhos de instalação da Academia. Além dos acadêmicos já citados, estavam presentes diversas personalidades, como o Cônsul da Costa Rica em Pernambuco José Abreu Santos, Monsenhor Tarcísio Falcão, o Secretário de Educação do Município, Luís Henrique, o Bispo Dom Tiago Postma, Professor Erasmo Vilela, Diretor da Faculdade de Formação de Professores e os veneráveis Dr. Ivaldo Dourado e Argemiro Lima, da Loja Maçônica Mensageiros do Bem.
A Academia de Letras de Garanhuns está localizada na Rua XV de Novembro, no centro da cidade, tendo como Presidente o Poeta João Marques autor do nosso hino.

PRAÇA AGONIZA POR VIDA



Anchieta Barros

Pessoas passam no seu dia-a-dia
De suas casas para o trabalho,
Passam e não olham pra mim
Ninguém percebe a minha existência,
Eu estou aqui sozinha no canto
Sem vida, sem pessoas, sem pássaros,
Para me animar e me fazerem companhia.

A beleza de uma praça são suas flores,
Seu verde e o cheiro da terra molhada
Mas nada disso eu tenho em minha vida.
Os pássaros não me visitam, pois não
tenho nada em mim que consiga atraí-los,
As abelhas sobrevoam, mas também
Não me visitam, pois não tenho flores
Para que elas possam retirar o néctar.

Tanta tristeza em meu viver,
Tenho apenas cimento e pedras,
Do meu lado esquerdo o Majestoso
e bem cuidado Mosteiro de São Bento,
Do meu lado direito a Praça Mons. Adelmar
Tão cheia de vida e perfumada.

Eu continuo aqui triste e sozinha,
Sem uma flor, sem o sorriso de uma
criança para animar o meu viver.
Muitas pessoas não me conhecem,
Nem sabem da minha existência.
Continuarei aqui à espera de pessoas,
Flores, pássaros e principalmente
de uma mão amiga que me dê carinho,
amor, atenção e esperança contra essa agonia.

Praça Professora Almira da Mota Valença (em memória). Foram mais de 50 anos dedicados a educação dos filhos desta terra, principalmente do Colégio Diocesano de Garanhuns. Era irmã do Mons. Adelmar da Mota Valença, sou ex-aluno de D. Almira. Foi considerada pelo saudoso Jornalista Ulisses Pinto como a "Dama da Educação" em nossa cidade. Faleceu em 19 de janeiro de 1987.
Como dizia Montaigne: "Dize-me como tratas as plantas e os animais e eu te direi quem és".


JOSÉ PRAXEDES DE BRITO (em memória): BENFEITOR DO TIMBÓ


HISTÓRICO DA IGREJA DO TIMBÓ CONTADA EM VERSOS PELO SR. JOSÉ PRAXEDES DE BRITO, DEVOTO DE N. S. DE NAZARÉ E PATRONO DA REFERIDA IGREJA.

Na era do cativeiro,
Não sei da data e do ano,
No Timbó chegou um negro,
Nas matas vivia morando,
Dizia venho da Bahia,
Estou por aqui caçando.

Naqueles tempos por aqui,
É interessante falar,
Tudo era mata virgem,
E viviam de caçar,
Foi em uma caçada dessas
Que o negro foram encontrar.

Quando encontraram o negro,
Foram a ele interrogar,
De onde era que ele vinha,
E ia pra qual lugar?
Ele disse, eu sou baiano
E venho fugindo de lá.

Eu sou um negro cativo,
Não querem me libertar,
Carreguei aquela imagem,
Vejam ela onde está.
Fiz aquela barraquinha,
Para a Virgem Santa Guardar.

Dali logo se avistava,
Pertinho do mesmo local,
Uma latada de palha,
Aonde a Virgem estava,
Coberta com palha de coco,
De uma formosura ímpar.

A imagem que ele falava,
Alí naquele lugar,
Era a Virgem de Nazaré,
De beleza sem igual,
Trazida por um cativo,
Querendo se libertar.

Os mateiros no momento
Ficaram todos sem ação,
Por uma beleza rara,
Trazida aquele torrão.
Oh! Virgem de Nazaré,
Tende de nós compaixão.

Daí correu a notícia,
Por todo aquele lugar,
Gente de toda parte,
Começou logo a chegar,
Para visitar a Virgem
Recém-chegada acolá.

Os donos daquele lugar,
Cheios de satisfação,
Foram logo a Garanhuns
De tudo fizeram menção
Pela fúria do negro,
De todos era a intenção.

Em Garanhuns havia,
Homens de toda nação,
Tomaram pé na história,
Para resolver a questão,
Dá a alforria ao negro,
Esta era a solução.

Quando tudo se espalhou,
Que o negro era cativo
E que andava na mata,
Porque vinha foragido,
Que o resultado disto,
Era de ser perseguido.

Tiveram todo cuidado,
De o negro defender,
Chegaram a autoridade,
Pedindo pra resolver,
Seria bom obter.
A liberdade do negro.

Levaram o caso a Bahia,
Terra de São Salvador,
Por meio da autoridade,
Para serem sabedor,
Quem era o dono do negro,
Que dali foi desertor.

De tudo ficou acertado,
A Alforria foi comprada,
Aonde a Santa ficou,
Era muito festejada,
E a construção da Igreja,
De logo foi projetada.

Os donos daquele lugar,
Se não me falha a memória,
Simeão Correia dos Santos Reis
E José Vitorino de Anchieta
Como conta a história em prosa
E João Sabino da Luz Formosa.

Construída a capelinha,
No tempo da monarquia,
Se festejava a Santa,
Assim o povo queria,
Os festejos de fevereiro,
Naquele tempo se fazia.

Os encarregados locais,
Procurando a freguesia
Falaram ao Sr. Bispo,
Dizendo o que ocorria,
Haver missa mensalmente
Era o que todos queriam.

Juntaram-se os velhos dalí,
Sem saber o que faziam,
Procuraram um padre velho,
Dessa mesma freguesia,
Doação do Patrimônio,
Só era o que mereciam.

Nessa mesma ocasião,
Ficou tudo combinado
A doação do terreno
Era o único resultado,
Em derredor da Igreja
Foi o terreno doado.
Passaram a administrar
Os velhos dali de então,
Foram chegando moradores,
Povoando aquele chão.
Como foreiro da santa,
Criando obrigação.

Naquele tempo por aqui,
Havia muito "timbó"
Tudo era mata virgem,
E viviam de caçar,
Cujo o nome do cipó
Deu o nome ao lugar.

Passaram-se muitos anos,
Tudo com esta missão
Velar pelo patrimônio
Era nossa obrigação,
Preparando nosso espírito
Esperando a salvação.

José Praxedes de Brito nasceu no Timbó, localidade que pertence ao Distrito de Iratama, deste município. Foi o grande Benfeitor daquele lugar onde sempre defendeu com altivez seu torrão natal, o "Timbó querido de sua vida". Em 1980 encontrou-se com o Papa João Paulo II em Manaus. Faleceu em 1986. Fica a nossa homenagem através desta postagem em sua memória de mais um homem que lutou por seu povo em favor da Cultura.
Benfeitor: Aquele que tem sentimentos de humanidade, bondoso e que se preocupa com os interesses da humanidade.
(foto: mata virgem com muitos cipós, cujo nome era Timbó que deu origem ao nome do povoado. - fonte da pesquisa jornal "O Monitor" e arquivo pessoal).