Thursday, April 26, 2012

"SAUDADE DE GARANHUNS"


Arthur Brasiliense Maia

Saudade! Brejo das Flores
Quilombo, Várzea, Jardim
Magano dos meus amores,
de olhar fito sempre em mim!

Saudade! Minha alma em pranto
as dores que, em vão chorei,
és a alma triste do canto
que na infância soletrei.

Mundaú, belo e florido
Cego, Araçá, Taquari,
gruta d'agua onde o gemido
triste ouvi do juriti.

Saudade, minha saudade...
Oh! Não me abandones, não!
encenas a imensidade
do meu pobre coração!

Os meus passeios à tarde
pelos sítios, pelo mato,
nessa hora em que o sol não arde,
e doce canta o regato.

Saudade, por que me deixas
sozinho, a chorar em vão?
Sê testemunha das queixas
do meu pobre coração!

Saudade todo esse belo
idolatrado rincão
Saudade, Pau Amarelo!
saudade, meu coração!

Arthur Brasiliense Maia era considerado
o príncipe dos poetas de Garanhuns.

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