Thursday, April 12, 2012

"Aldeões de Garanhuns" uma Obra Histórica


Ser orador é um dom que Deus dá a determinadas pessoas, como o de ser poeta, músico, pintor e outros atributos que celebrizam o postulante. Nenhum desses citados faz parte do meu curriculum-vitae.
Tendo ao publicar este livro - "Aldeões de Garanhuns" pelo menos, ser incluído, naquele conceito que expressa que, o homem só realiza na vida quando gera filhos - foram sete, plantou uma árvore, conto inúmeras, como agrônomo, escreve um livro. Finalmente. Ei-lo, que, como os filhos, as árvores, não me pertencem. Sim a toda uma comunidade que forneceu os elementos precisos, a fim de realizar uma pesquisa, permitindo relacionar muitos aldeões (confesso minha culpa, minha culpa, pela omissão de Ernesto da Costa Dourado e outros) da minha terra natal.
Satisfação imensa sinto, porque, numa terra que não tem memória, possa gravar o nome de algumas centenas de pessoas que, no anonimato, batalharam pelo desenvolvimento do rincão de Simoa Gomes lutando, por toda uma existência, nesse solo abençoado por Deus e, por outro lado, não esquecendo muitos que, por uma questão de sobrevivência de familiares, partiram para lugares diferentes, mas que, não deixaram de quando residiram na terra do clima maravilhoso, dar a sua cooperação e, lá fora, não menos contribuem para projetar a terra querida de Artur Maia.
Citar nomes poderia destacar determinadas pessoas no mundo político-social, em detrimento de outros. Para o autor todos foram iguais, no consenso lato da palavra ser humano, porque, cada um deu o que a vida lhe permitia. A contribuição do trabalhador de enxada, não era mais nem menos, do que a do comerciante, a do político, a do advogado, todos doando uma parcela de trabalho à construção do edifício de desenvolvimento da sociedade no seu todo. Não diferente do jornal que precisa de um editor, do jornalista, do gráfico, do impressor, do gazeteiro e, sobretudo do leitor. Todos em grupo unissôno formando a grande família garanhuense.
Terra bendita pelo agasalho concedido a homens que venderam seus bens para pagamentos de dívidas contraídas na política, não pondo a mão na botija pública e, a sobrevivência, voltaram a batalhar em atividades particulares; e os que "quando a roda da fortuna desandou, permitiu a coletividade verificar o tipo de comerciante cujo nome honrado valia mais do que um depósito a prazo num banco". Ainda havia os que, como Cezar, diziam que preferia ser o primeiro na aldeia a ser o segundo na corte".
Há toda uma epopéia do homem que permaneceu na sua cidade natal, pelo amor à casa onde nasceu, aos campos floridos, ao clima saudável, aos amigos de infância e que questiona, no dia-a-dia, alguma cousa que possa contribuir para o progresso de sua gente. Batalhar pelo teatro, cinema, carnaval, festas comemorativas, associações beneficentes, tornar-se samaritano, mantendo orfanatos, escolas para cegos, propugnando pelas belas letras, fundando e sustentando periódicos, revistas, que dizem, para todos, do grau de alfabetização da sua vila, participando de entidades musicais que enchem, com suas filarmônicas, de sons alegres os festejos natalinos, enfim, todo um mundo social em plena ação.
Fugindo, um pouco, ao esquema traçado de não citar nomes, não se pode deixar de mencionar, os que, por dezenas de anos, ficaram a iluminar as mentes das crianças, dos jovens garanhuenses, entre os quais, tem-se, os inesquecíveis mestres e mestras: Monsenhor Callou, Padre Adelmar, Godoi e Tarcísio, Drs. Taylor, Thompson, Mario Matos, Euríco Lyra, Antônio Tenório, Senyr, Manoel Clementino de Araújo, Almira e Arlinda, Elvira Viana, Dolores Quintão, Almira Carvalho, Ruth Gueiros e, muitos outros referidos no meu livro.
O que mais dizer? Muito obrigado aos que aqui compareceram e aceitem "Os Aldeões de Garanhuns", como uma pequena contribuição, não somente minha, não somente da equipe da Fiam, mas, de todo um povo, que continua pelejando para ter um lugar ao sol; ao Dr. Edelço Gomes da Silva, ex-diretor, bondosas palavras expressa na "Orelha" desta obra; aos membros do Centro de Estudos de História Municipal, representa da, atualmente pela diretora Ana Suassuna não esquecendo a coordenadora arquiteta Maria Nazaré Reis e sua equipe, tendo no Dr. Miguel Meira de Vasconcelos, um infatigável batalhador, desde 1986 à frente da concretização desse sonho ora realizado; ao Dr. José Luiz Delgado que sempre nos incentivou a prosseguir na luta. Ao Dr. José Inácio, prefeito do município, ao jornalista Aguinaldo Barros, secretário do Governo Municipal, pelo apoio a este evento.
Antes de terminar não poderia de mencionar o telegrama de José Rodrigues da Silva - Zé Batatinha e esposa Carminha que diz: "Os Aldeões de Garanhuns é o alimento espiritual dos que amam nossa querida terra". Agradecer aos diretores de O Monitor, jornalistas Lúcio Mário e Ulisses Pinto e também ao Dr. Paulo Filho, Padre Adelmar, Rinaldo Tavares Souto Maior, pelas missivas enviadas e ao jornalista Napoleão Barroso Braga pelo artigo publicado no O Monitor de 12/12/87.
Por fim, mais do que uma obrigação, é um dever pedir um minuto de silêncio por aquele que em vida, foi o mestre, o amigo, o impulsionador dessa equipe de historiadores da Fiam - Dr. Costa Porto".

Discurso do escritor garanhuense Alberto da Silva Rêgo, na livraria Livro Sete, em Recife, no dia 5 de fevereiro de 1988, por ocasião do lançamento do seu livro "Os Aldeões de Garanhuns".

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