Moura
Querida nuvem alvinha
Que andas no firmamento
Te vejo tão enxutinha
Como eu neste momento...
Nesse teu perambular
Te lembras do meu jardim
Que só vive a suspirar
O teu chôro sobre mim?...
Te adoro. te anseio
Te miro tanto de cá
Mas noto que tens receio
De no meu colo chorar...
O teu choro é alegria
Para minha filharada
E sem ele a tirania
E deixa bem resecada...
O teu chôro benfazejo
A tudo pode criar
Portanto vês meu desejo:
Vás te pejar lá no mar
Para depois de pejada,
alvinha, quero te ver
Pois a lágrima derramada
Faz tudo em mim reviver...
Estou aqui ressequida,
Meus filhos passando fome
E tudo minha querida
A vil secura consome...
Se tua lágrima não vir
Depressa molhar meu rosto
Afirmo que tudo aqui
Se mirrará de desgosto...
Suplico que venhas logo
Tirar-me o peso da cruz
Mas quando vieres rogo:
Que peças ao Bom Jesus.
0 comments:
Post a Comment