Saturday, May 5, 2012

O Vendedor de Picolé

Severino Meira Henriques

Rua acima e rua abaixo assim diariamente,
Como se pedintes em busca da humilhante esmola,
Eles passam aos gritos ao consumo humildemente,
Oferecendo sua mercadoria que não farta e nem consola!

E para a espera de fregueses furtivos ou de um psiu,
Na esperança de vender para que no fim do dia,
Obtenha lucro que o seu comércio assim lhe permitiu,
E que a crença no amanhã não lhe seja fugida.

Ao fim do dia volta à "fábrica" na mente separando,
Em gavetas distintas, os bolsos da roupa esfarrapada,
De cada um picolé vendido o lucro vai somando.

E no dia seguinte: "Oia o picolé, oia" vai repetindo,
O costumeiro pregão esperando dele resultado,
A migalha que essa pobreza infantil olha sorrindo!

Versos feitos para os meninos vendedores de picolé do Distrito de São Pedro de Garanhuns, em julho de 1985.

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