Wednesday, May 9, 2012

A Janela, O Verde e as Cigarras


Alice Souto Dourado

Uma janela aberta,
o verde entrando
acompanhado de uma orquestra
de cigarras vadias.

O passado agarrado
às minhas mãos, aos
meus cabelos,
no meu rosto,

enchendo de verde claro
meus recantos escuros,
onde existe ainda
fina poeira do tempo,

se fundindo em imensurável
distância. No peitoral da janela,
um corpo, um líquido dourado,
há vozes serenas no domingo manso.

Mas, de súbito fico longe e
arrastada pelo canto das cigarras
passeio serena sobre as folhas
na floresta de eucaliptos lá no Parque.

0 comments:

Post a Comment