Raimundo Athanásio de Moraes (Dezembro de 1975)
Não lamentes viver entre a maldade,
Porque disso é que vive a criatura;
Bem sabes que o sofrer da humanidade
Faz parte desse mal que nos tortura.
Anos e anos, desnudos e sem bondade,
Noites ingratas, dias sem ventura,
Sombras de vidas, justiça, verdade,
Lares inteiros cheios de amargura...
Visão distante, a despertar tristeza,
Volvendo o tempo em infernal crueza,
Ofuscas résteas nos olhares santos...
Enfim, crueldades, sofrimentos, prantos...
Retalhos de penúrias, desencantos,
Nesse conjunto rico de pobreza.
(Foto: Bairro de Heliópolis, início do século passado)
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