Friday, February 22, 2013

Vultos da Cidade: Dr. José Pompeu Luna

José Francisco de Souza

Colégio Santa Sofia - Turma de 1943 - Curso Guarda-Livros
(Contabilidade) concluintes -Em pé da esquerda para direita:
Emília, Maria do Carmo Brandão, Irene, Edna, Professor
Mário Matos, Sara, Miriam, Gizela e Amélia. Sentadas:
Carmem, Eutimia, Eunice, Maria José, Mercês, Maria
Antonia.

Temos a obrigação moral de praticarmos o bem. A nossa permanência na terra é definida por princípios de  ordem espiritual. Razões existem que o nosso aprimoramento deva se  revelar eficaz. As nossas provas não são impostas. As escolhemos bem como a maneira mais consentânea de  resgatá-las. Tudo isto é muito importante para o bem estar do ser humano.

O homem é um misto, como diz Aristóteles, um pensamento estreitamente unido a um corpo. Não há um só pensamento que não esteja pontilhado de corporal. A ideia cartesiana de um pensamento puro, isto é, de uma atividade da alma que se exercia sem o concurso do corpo, é uma heresia orgulhosa. Esses conceitos filosóficos do grande pensador, não seriam afastados do apercebimento, nem do universo intelectual no nosso vulto de hoje. Na escala evolutiva do ser humano marcou a sua passagem com a devida correção em todos os segmentos de sua afetividade. Vocacionado para o exercício de sua função médica, destacou-se como um sacerdote ungindo o cerimonial da família.

Apercebido na ação vivia sempre em vigília mental. O Tempo e o espaço seriam usados, não só no sentido cronométrico. E sim pela necessidade de assistência ao seu cliente e para tanto tempo é hábil. No seu conceito, cliente não é só aquele que paga. Mas, sobretudo, aquele que sofre. Nesse sentido, Pompeu, era completo, à esfera do esforço concentrado. Essa concentração é o exemplo da tranquilidade de seu mundo interior. Calmo, sereno, tranquilo e eficiente.

Ser médico não é apenas ter cultura, nem ser sábio. O que não implica em ser amigo das letras. ser médico é ser bom. Essa bondade deriva da fonte de humanismo. É um constante estado de Espírito. Onde se conjugam todas as virtudes do amor. Estes são os instantes mais felizes da vida do verdadeiro médico. Mesmo, não sendo bem compreendido pelos que não sabem quanto é nobre amenizar a dor dos nossos  semelhantes. O desprendimento aqui é óbvio.

Dr. José Pompeu Luna. Nasceu no Estado de Alagoas. Aqui chegara já titulado em Ciências Médicas. Instalou-se, e como profissional conquistou muitos amigos e clientes. Personalidade aprimorada pelo bom senso. aqui na terra das Sete Colinas pontificou a nobreza de seu caráter. Como intelectual participou de vários congressos. Estudioso de política social. Conhecia profundamente os princípios de ética profissional. Não ensejava muito o poder do dinheiro se não fosse conquistado com dignidade. Aceitava a existência de coisas que afloram com certa exuberância e depois se dissipam ao vento.

Não sabemos se concentrava o seu pensamento sobre o fenômeno morte como simples passagem desta vida para outra dimensão, no mundo da espiritualidade.

Dr. José Pompeu Luna. Não julgava as coisas e os fatos antes de saber os motivos de sua razão de ser. Homem consciente de si mesmo, eterno encontro com sua própria imaginação. Cultivava a boa literatura. Lia muitas revistas médicas. Gostava do jornalismo. Dr. Luna jurista e poeta, fundou o "Jornal", semanário cuidadosamente elaborado e contava com a colaboração de Pompeu. Seus artigos de espírito combativo sugeriam o perfeito saneamento da cidade. A sua matéria era diferente da nossa, no mesmo Jornal. Integrado à intensidade dos problemas de ordem social. Pensava sempre em se propor algo de importância à socialização da medicina. Isso, para ele era uma esperança viva que nunca mudou de cor.Assim constituiu-se viva expressão do mundo intelectual da nossa e sua Garanhuns. Amou de alma e coração a Suiça Pernambucana. Era uma verdadeira integração. Tinha nítida visão do alto e por isso constatava a superioridade da Terra do Magano.

Depois de vários anos de trabalho conquistou prestígio a admiração de seus colegas e amigos. Foi dono de notável clientela. Fundou a Casa de Saúde Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A sua inauguração foi um dos mais notáveis acontecimentos. Todo o universo cultural, sócio-econômico e literário ao lado do jornalismo local, estava presente. O homem nunca se perde pelos caminhos da vida, quando consegue encontrar-se a si mesmo. É a sabedoria do silêncio e por meio de sua indução mergulhamos às profundezas do nosso ser...


Dr. José Pompeu Luna. Médico conceituado. Jornalista, intelectual, homem de letras. Aqui vivera com sua família os melhores dias de sua vida profissional. Participou de congressos. Participou ativamente de todos os movimentos de cultura sociológica. Ao lado dos seus amigos, pontificou conhecimentos e princípios altamente qualificados. Os anos começavam a nevar os seus cabelos, adorno grisalho, fuga da juventude e presença da velhice. Lutou muito contra a doença. Quase impossibilitado de se movimentar, mudou-se de Garanhuns e foi residir no Recife. Foi um dos vultos de nossa cidade centenária, cuja memória deve ser perpetuada como um homem que honrou sua geração, foi um padrão de honra e cultura.(O Jornalista José Francisco de Souza, foi por vários anos responsável pela  Coluna "Vultos da Cidade" do Jornal   O Monitor).

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