ELEIÇÕES REALIZADAS EM 3 DE MAIO DE 1933, A PRIMEIRA COM O ADVENTO DO VOTO SECRETO E LIVRE, SOUTO FILHO FOI O ÚNICO CANDIDATO DA OPOSIÇÃO ELEITO PARA A ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE COM 3.921 VOTOS NO 1º TURNO.
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Discurso proferido por Souto Filho em sua volta triunfal à Garanhuns em 1933.
“Há pouco mais de três anos, quando eleito à Câmara Federal, dissolvida pelo poder das armas, os meus conterrâneos me ofereceram um banquete nesta cidade, no qual, diga-se de passagem, vi alguns convivas, que aqui não vejo. Naquele tempo, eu era um candidato do partido dominante e tinha nas mãos dos amigos todas as posições oficiais. Poder-se-ia dizer que ontem eu teria recebido um repasto de áulicos, mas, hoje, quando estou distante do poder, e por ele injustiçado e combatido, ninguém dirá que esta festa não seja uma viva expressão do sentimento de Garanhuns com o seu modesto filho, que, no decorrer da sua vida pública, sempre procurou honrar e engrandecer o rincão natal. É que a eloqüência de agora, ressalta menos do fato em si mesmo, do que do momento e condições em que é feita.
A de hoje vale mais do que a de ontem, tanto para vós, como para mim. Com o revés de outubro de 1930, advém-nos uma quadra de pleno arbítrio, na qual, ficamos sujeitos a toda sorte de achincalhes, de perseguições, de violências, de difamações, pondo-se no pelourinho das torturas morais, a honra dos vencidos, exceto a daqueles que, por fraqueza ou conveniência, foram se engajando nas fileiras dos vencedores.
Crivaramnos com todos os defeitos e imputaram-nos de todos os desmandos, crimes e malversações, numa orgia satânica deferir, denegrir e inutilizar, sem se lembrarem do que mais alto do que a injúria soez, há de falar a sociedade em que vivemos, testemunha incorruptível e serena dos erros e acertos dos nossos serviços e desserviços, dos nossos defeitos e qualidades dos nossos adversários esperavam, que o processo de ultraje fosse suficiente para nos incompatibilizar com a opinião pública da nossa querida terra e que os sofrimentos morais vos abatessem o ânimo viril e vos matassem todas as aspirações, decorrentes do direito de cidadania.
A todos prometo que, no seio da Assembléia Nacional Constituinte, procurarei desempenhar o mandato, com que me honraram, de conformidade com as minhas forças e de acordo tanto quanto possível, com o programa do partido, que inscreveu o meu nome no rol dos seus candidatos. Não darei lustre à investidura, mas me sinto com as necessárias forças morais para exercê-la com probidade e patriotismo, sem me deixar arrastar pelos desvarios da paixão partidária e sem me subordinar a outros interesses que não sejam do Brasil, ávido de ordem para prosperar, de direito para viver e de liberdade para respirar.
Nas resoluções desta Constituinte, que vai dar ao País politicamente desorganizado, o estatuto básico dos seus destinos, o meu voto e os meus esforços se somarão aos daqueles que propugnarem pelo restabelecimento das normas sábias e liberais da velha Constituição, que, a meu ver, só merece ligeiras modificações, reclamadas umas pela experiência da vida federativa e outras forçadas pelas circunstâncias do momento político. É possível que seja forçada a válvula fechada, como se fez na Constituinte 90/91 e a Nação possa começar a pôr seus delegados a se manifestar mais livremente.
Do anteprojeto constitucional, também mandado elaborar pelo Governo provisório pouco ou nada se conhece, mas, é de crer, que, não venham, em seu contexto, inovações exóticas ou dispositivos atentatórios da nossa crença religiosa e dos direitos de segurança, liberdade e propriedade tão caros a comunhão brasileira e tão resguardados pela Carta Política, que a revolução espatifou.
Destes-me, meus caros amigos, a vitória e ainda me festejais. Assinalas-te, assim, o ponto culminante de toda minha carreira política. Se pudesse encerrá-la hoje, recolher-me-ia à vida privada, sobranceiro e compensado de todas as suas agruras, abraçando os amigos que me elevaram e até perdoando os adversários, que, em vão, tentaram me desconceituar por todos os meios e modos. Mas isto não é possível: seria egoísmo, desprimor e fraqueza, seria não corresponder a vossa confiança e não ser digno dos vossos ingentes sacrifícios.
O meu lugar, é ao vosso lado. Agora e sempre.”ades. E já começou a falar, apesar de todas as coações exercidas contra os nossos amigos. Os nossos adversários esperavam, que o processo de ultraje fosse suficiente para nos incompatibilizar com a opinião pública da nossa querida terra e que os sofrimentos morais vos abatessem o ânimo viril e vos matassem todas as aspirações, decorrentes do direito de cidadania.
A todos prometo que, no seio da Assembléia Nacional Constituinte, procurarei desempenhar o mandato, com que me honraram, de conformidade com as minhas forças e de acordo tanto quanto possível, com o programa do partido, que inscreveu o meu nome no rol dos seus candidatos. Não darei lustre à investidura, mas me sinto com as necessárias forças morais para exercê-la com probidade e patriotismo, sem me deixar arrastar pelos desvarios da paixão partidária e sem me subordinar a outros interesses que não sejam do Brasil, ávido de ordem para prosperar, de direito para viver e de liberdade para respirar.
Nas resoluções desta Constituinte, que vai dar ao País politicamente desorganizado, o estatuto básico dos seus destinos, o meu voto e os meus esforços se somarão aos daqueles que propugnarem pelo restabelecimento das normas sábias e liberais da velha Constituição, que, a meu ver, só merece ligeiras modificações, reclamadas umas pela experiência da vida federativa e outras forçadas pelas circunstâncias do momento político.
É possível que seja forçada a válvula fechada, como se fez na Constituinte 90/91 e a Nação possa começar a pôr seus delegados a se manifestar mais livremente. Do anteprojeto constitucional, também mandado elaborar pelo Governo provisório pouco ou nada se conhece, mas, é de crer, que, não venham, em seu contexto, inovações exóticas ou dispositivos atentatórios da nossa crença religiosa e dos direitos de segurança, liberdade e propriedade tão caros a comunhão brasileira e tão resguardados pela Carta Política, que a revolução espatifou. Destes-me, meus caros amigos, a vitória e ainda me festejais. Assinalas-te, assim, o ponto culminante de toda minha carreira política.
Se pudesse encerrá-la hoje, recolher-me-ia à vida privada, sobranceiro e compensado de todas as suas agruras, abraçando os amigos que me elevaram e até perdoando os adversários, que, em vão, tentaram me desconceituar por todos os meios e modos. Mas isto não é possível: seria egoísmo, desprimor e fraqueza, seria não corresponder a vossa confiança e não ser digno dos vossos ingentes sacrifícios. O meu lugar, é ao vosso lado. Agora e sempre.”
(Fonte da Pesquisa: Livro "A essência do político no frasquinho de veneno" de
Ildefonso Fonseca).
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